sábado, 9 de abril de 2011

Sangue seguro o teste anti-HIV anônimo é gratuito

SANGUE SEGURO
Teste Anti-HIV anônimo e gratuito

Qual é a segurança do sangue?

Pacientes submetidos a transplante de órgãos, em terapia para o câncer e portadores de muitas outras doenças dependem de transfusão de sangue para o seu tratamento. O sangue também é crítico para a sobrevida de recém-nascidos prematuros e de pessoas que sofreram grandes acidentes.

Para que possamos ter sangue disponível para todos aqueles que dele necessitam, os indivíduos saudáveis devem criar o hábito de doar sangue e encorajar amigos e familiares saudáveis a praticarem o mesmo ato.

Quando uma transfusão de sangue pode ser necessária?

Você pode precisar de transfusão de sangue em uma grande variedade de situações. Para repor uma perda aguda de sangue que pode ocorrer durante cirurgias, em acidentes, durante o tratamento de câncer ou para repor células que são anormalmente destruídas pelo organismo ou não fabricadas pela medula óssea.

A transfusão de sangue é segura?

A prática de selecionar criteriosamente os doadores, bem como as rígidas normas aplicadas para testar, transportar, estocar e transfundir o sangue doado, fizeram dele um produto muito mais seguro do que já foi anteriormente.

Apenas pessoas saudáveis e que não sejam de risco para adquirir doenças infecciosas transmissíveis pelo sangue, como Hepatites B e C, HIV, Sífilis e Chagas, podem doar sangue. Antes de toda doação, o candidato é submetido a um teste de anemia, à aferição de seus batimentos cardíacos, pressão arterial e temperatura e respondem a um questionário onde é lhe perguntado detalhadamente questões sobre a sua saúde e sobre seu comportamento. Somente após essas etapas é que o candidato estará aprovado para a doação de sangue. Todo o sangue doado será rigorosamente testado para as doenças passíveis de serem transmitidas pelo sangue.

Importante: Se você é usuário de droga intravenosa, tem múltiplos parceiros sexuais, acha que sua saúde ou comportamento podem colocar em risco a vida de quem for receber seu sangue, ou sua real intenção é de apenas realizar o teste para o vírus HIV, NÃO DOE SANGUE, procure os Centros de Testagem e Aconselhamento.

Apesar de o sangue doado ser testado para as doenças transmissíveis conhecidas no momento, existe um período chamado de janela imunológica em que um doador contaminado por um determinado vírus já pode transmitir a doença através do seu sangue; entretanto, os testes realizados na bolsa ainda são negativos. Essa janela imunológica pode acontecer para os vírus HIV, HTLV I/II e para os vírus da Hepatite C e B. Por essa razão, se você pertence a alguma das situações acima, deve ser honesto no questionário e não doar sangue, pois você pode estar no período de janela imunológica. DA SUA HONESTIDADE DEPENDE A VIDA DE QUEM VAI RECEBER SEU SANGUE.

Embusca do cálice sagrada

EM BUSCA DO CÁLICE SAGRADO

Pr. Vanderman


"Gerações de crianças, ouvindo as aventuras do rei Arthur e os cavaleiros da távola redonda, têm ficado sabendo da maior das buscas: A procura do cálice sagrado.

Esta é uma lenda que realmente nos atrai. Um dos filmes mais famosos dos anos 80, "Indiana Jones e a Última Cruzada", mostra o herói em perseguição a esse mesmo cálice sagrado, competindo com impiedosos nazistas pelo prêmio. O que é ou era afinal, esse cálice sagrado? De que modo está ligado à vida de Cristo? O cálice alguma vez realizou milagres? Será que iremos algum dia encontrá-lo?

Cavaleiros em armaduras brilhantes, como Sir Percival e Sir Calahad, partem para encontrá-lo, ou morrem tentando. Durante as cruzadas, um soldado de Gênova chamado Guglielmo afirmou tê-lo descoberto em Cesaréia. E bem mais recentemente, Indiana Jones, o extraordinário arqueólogo dos filmes de Steven Spielberg, lutou para entrar numa caverna misteriosa e teve que escolher o cálice verdadeiro entre uma porção de imitações. O cálice sagrado... possui uma mística incrível, uma incrível força de atração através dos tempos. O que é exatamente esse objeto supostamente milagroso? Existe alguma verdade por trás de todas estas lendas?

Tradicionalmente, fala-se ter sido o cálice que Cristo usou na Santa Ceia quando disse: "Bebei, este é Meu sangue" no novo testamento não existe nenhum registro cristão primitivo descrevendo este cálice ou dizendo alguma coisa sobre o que teria acontecido com ele. As notáveis histórias simplesmente começaram a circular.

O novo testamento fala muitas vezes sobre o sangue de Cristo, seu significado e poder. Pessoas piedosas ansiaram ter algum contato físico com esse sangue sagrado. O primeiro elo na lenda do cálice sagrado é José de Arimatéia. Ele é mencionado brevemente nos evangelhos como um discípulo rico, que pediu a Pilatos o corpo de Cristo após a crucificação. José envolveu o Salvador em lençóis de linho e O colocou num túmulo. Essa é a última menção deste homem nas Escrituras. Mas em escritos posteriores, tal como, o "Evangelho de Nicodemos" enfeitaram a história.

José de Arimatéia, dizia-se, haver tomado posse do vaso, o cálice sagrado. Ele foi aprisionado, e depois, miraculosamente libertado. Mais tarde, ele viajou para o Ocidente com seu precioso artefato, chegando à Inglaterra e morrendo em Glastonbury. Outras lendas variam a história.

Em algumas, o vaso sagrado não é o cálice usado na Santa Ceia, mas uma terrina na qual José recolheu o sangue que vertia do lado de Cristo, quando Ele foi ferido pela lança do centurião. De qualquer modo, a Abadia de Glastonbury incentivou as lendas e tornou-se o centro de um culto ao cálice sagrado.

Durante muitos anos, peregrinos viajaram para lá, para se aproximarem do cálice sagrado que havia estado próximo do sangue sagrado. Mas outros lugares fizeram reivindicações similares através dos tempos. Alguns estudiosos viram uma ligação entre muitas histórias de cálices e uma seita chamada Albigenses.

No século 13, essas pessoas fugiram sob perseguição para as montanhas dos Pirineus, no sul da França. Livros têm sido escritos afirmando que o cálice sagrado era uma relíquia dos Albigenses e que o próprio cálice continua escondido em alguma caverna Pirinéia. Um grupo francês, próximo de onde os Albigenses viveram, ainda mantém viva essa crença.

Houve também Guglielmo de Gênova. Ele navegou até a Terra Santa com um exército nas cruzadas em 1099 e participou da captura de Jerusalém. Quando estava em Cesaréia, ele conseguiu adquirir um brilhante cálice de esmeralda que acreditava ser o cálice sagrado. Algum tempo depois se descobriu que o cálice era feito de vidro comum.

Pelo menos três lugares afirmaram possuir o cálice sagrado: Glastonbury na Inglaterra, as montanhas do Pirineus na França e Gênova na Itália. É claro que não existem provas para apoiar quaisquer dessas afirmações. Mas a mística do cálice sagrado é tão forte que as pessoas querem acreditar; elas anseiam ter algum contato físico com o sangue sagrado e assim fazem peregrinações a estes locais.

Para entender o apelo do cálice sagrado, é útil ver como o novo testamento fala sobre o sangue de Cristo, e como o próprio Salvador apresentou o Seu sacrifício. O sangue realiza mágica? Existe alguma base no novo testamento para o culto ao cálice? Isto pode surpreender algumas pessoas, mas as Escrituras falam do sangue de Cristo realizando maravilhas.

O escritor de Hebreus nos fala que o sangue de Cristo "... Purificará a nossa consciência de obras mortas para servirmos ao Deus vivo"! Em seguida, o apóstolo João nos assegura que o sangue de Jesus Cristo nos purifica de todo pecado. Pedro proclama que o precioso sangue de Cristo pode nos redimir de um modo de vida vazio, e o apóstolo Paulo escreve que o sangue de Cristo pode aproximar de Deus os alienados e afastados dEle. Estes são de fato milagres e maravilhas.

O sangue de Cristo é realmente poderoso. Quando os escritores do novo testamento falam deste sangue, estão, é claro, se referindo à morte sacrifical de Cristo na cruz. Ele tomando os pecados do mundo e morrendo em nosso lugar, é isso que quer dizer. Nas Escrituras, o sangue é identificado como vida. Assim, quando ouvimos a respeito do sangue de Cristo derramado por nós, estamos sendo informados sobre a vida de Cristo dada por nós; o Salvador morrendo em nosso lugar.

O sacrifício de Cristo, o sangue de Cristo, de fato, opera maravilhas. A questão é, como entramos em contato com este poder? Como nos aproximamos da mágica?

Bem, é interessante notar que existe uma outra palavra que é usada de um modo bastante similar ao sangue no novo testamento. Essa palavra é "fé".

Você sabia que muitas das coisas que se diz que o sangue faz, a fé também realiza? A fé forma uma parceria com ele. Por exemplo, ao lado da famosa frase, "redimido pelo sangue", coloque a declaração "Porque pela graça sois salvos, por meio da fé..." (Efésios 2:8)

Redimido pela fé. Sim. E salvo através da fé. Somos purificados pelo sangue? Mas somos justificados pela fé. Paulo destaca com ansiedade. Somos levados para perto de Deus pelo sangue? Também recebemos a justificação de Deus pela fé. Somos redimidos de um modo de vida vazio pelo sangue? Também recebemos a promessa do Espírito pela fé, vida pela fé, caminhar pela fé, e superar pela fé. A fé e o sangue de Cristo vão de mãos dadas. Por quê? Porque a fé só tem valor quando está focalizada em Cristo, especificamente em Seu sacrifício por nós. E o sangue de Cristo, a vida de Cristo, torna-se eficazes para nós, nos salvam e nos dão poder, somente se colocarmos nossa fé nEle. É simples assim.

É pela fé que nos aproximamos do sangue de Cristo. É como tocarmos no cálice sagrado, se assim preferem. E os escritores do novo testamento se esforçam para mostrar que este contato com a maravilha do sangue de Cristo é acessível a todos.

No capítulo 10 do livro de Romanos, o apóstolo Paulo lida com aqueles que pensam que a salvação é impossível de se obter. E o apóstolo diz que você não tem que subir ao Céu para obtê-la e nem tem que descer às profundezas em sua busca.

Ó amigo, como encontramos a salvação? Paulo nos responde: "A palavra está perto de ti, na tua boca e no teu coração; isto é, a palavra da fé que pregamos. Se com a tua boca confessares a Jesus como Senhor, e em teu coração creres que Deus o ressuscitou dentre os mortos, serás salvo". (Romanos 10:8 e 9)

A salvação está perto de nós. Tão perto quanto o nome de Jesus em nosso lábio, tão perto quanto o Senhor em nosso coração. Longas e difíceis peregrinações não são necessárias. Não temos que viajar até Glastonbury ou Gênova ou para alguma caverna nas montanhas da França para alcançar o cálice sagrado. Está logo ali. Tão próximo de nós quanto a mesa do jantar.

Você sabia que Jesus nos deixou um serviço memorial para nos mostrar quão perto sua salvação está de nós? É um serviço tão simples quanto o jantar diário que uma família participa junto. Sim. A Santa Ceia.

Você se lembra que os discípulos estavam reunidos em um cenáculo em Jerusalém para celebrar a páscoa? Jesus sabia que Seus inimigos estavam se aproximando para pegá-lo. Ele breve se separaria dos doze. Sua crucificação seria uma terrível provação para eles, pondo em cheque a fé dos mesmos. Como poderia Jesus assegurar a esses homens que Ele ainda estava com eles em Espírito? Como Ele poderia ajudá-los a transformar sua fé em algo visível, tangível? Como poderia assegurar a eles que o grande mistério do Seu sacrifício poderia ser recebido tão clara e simplesmente como um pedaço de pão... da mão para a boca? Como?

Erguendo-se diante deles, partindo um pão, distribuindo-o, e dizendo: "Tomai e comei, este é Meu corpo, partido por vós". Em seguida, passando por todos um cálice de vinho e dizendo: "Bebei dele todos, este é o Meu sangue derramado por muitos". Esta é a Santa Ceia, esta é a maneira de Cristo dizer aos seus seguidores: "Ainda estou com vocês; estou bem perto, tão perto quanto o pão e a bebida em sua mesa".

Lucas escreve que, no cenáculo, Jesus disse aos discípulos: "Fazei isto em memória de Mim". O apóstolo Paulo escreve a mesma coisa em primeira aos Coríntios, citando as palavras do Salvador: "Bebam em memória de mim". O serviço da comunhão é um modo de lembrar de Cristo, de fazer um memorial de Seu sacrifício, ou como Paulo diz, de "Proclamar a morte do Senhor até a sua vinda". E o que lembramos quando erguemos o pão e o cálice até nossos lábios? Lembramos quão próxima a salvação se tornou. Jesus traz Seu sacrifício diante de nossos olhos; Ele o coloca em nossas mãos por assim dizer. A que distância? Lembre-se das palavras de Paulo: "Está tão próxima quanto a palavra da fé em nossos lábios, tão próxima quanto a resposta da fé em nosso coração".

Pessoas têm percorrido distâncias em busca do que crêem ser o cálice sagrado. Elas têm feito longas viagens para ver e talvez tocar nessa grande relíquia. Algumas têm perdido a vida nessa busca. De certo modo, a busca do cálice sagrado é uma das maiores ironias da história: as pessoas vão aos confins da Terra para encontrar o que Jesus tanto se esforçou para colocar na mesa da Ceia.

Pessoas embarcam em perigosas peregrinações para se aproximarem do que elas poderiam achar em qualquer serviço de comunhão. Não se engane quanto a isto. Existe poder no sangue de Cristo, poder sobrenatural, mas não há nenhuma mágica a descobrir no canto escuro de uma caverna, ou em algum túmulo distante. Descobrimos que ele é realidade no coração humano. O sangue de Cristo faz seu grande impacto quando unido à fé.

Em uma de suas grandes viagens missionárias pelo território da Inglaterra, John Wesley viajava por Hounslow Heath bem tarde da noite. Ele assustou-se com uma voz zangada gritando:

- Alto!

Um homem segurou o cavalo pelas rédeas e ordenou:

- Seu dinheiro ou sua vida!

Wesley esvaziou os bolsos. O ladrão não ficou satisfeito com as poucas moedas que conseguiu. Wesley convidou o homem para verificar suas bolsas de cela. Elas estavam cheias de livros cristãos. Desapontado, o ladrão virou-se para fugir, quando Wesley gritou:

- Pare! Eu tenho mais uma coisa para lhe dar.

O homem voltou e Wesley inclinou-se. "Meu amigo", ele disse de modo solene, "talvez viva a tempo de se arrepender desse tipo de vida... se fizer isso, eu suplico que se lembre disto: "O sangue de Jesus Cristo, o filho de Deus, nos purifica de todo pecado". O ladrão fugiu apressado sem falar e Wesley seguiu viagem, orando para que as poucas palavras que havia dito pudessem alcançar a consciência do homem. Anos depois, Wesley realizava um culto num domingo à noite em um grande edifício. Quando a reunião terminou e a multidão começou a sair, muitas pessoas ficaram perto das portas para ver o famoso Wesley, agora idoso e grisalho. Um homem forçou passagem através do grupo em direção a ele, dizendo que tinha que falar com o senhor Wesley. Finalmente ele pôde se apresentar. Ele era aquele ladrão que havia tirado algumas moedas do evangelista em Hounslow Heath. Ele disse que agora era um respeitado mercador na cidade, e melhor ainda, era um filho de Deus. As palavras ditas naquela noite a tanto tempo atrás, tinham sido usadas por Deus para levá-lo à conversão. O ex-ladrão tomou impulsivamente a mão de Wesley e a beijou com respeito e afeto. Numa voz repleta de emoção, ele disse:

- A você, caro senhor, eu devo tudo.

Wesley replicou suavemente:

- Não, meu amigo, a mim não, mas ao precioso sangue de Cristo que nos purifica de todo pecado.

Aquele ladrão havia encontrado o cálice sagrado. Não estava escondido como uma relíquia em algum túmulo exótico. Estava bem à mão o tempo todo... naquelas poucas palavras ditas sobre o que o sangue de Jesus pode fazer. O cálice estava bem próximo, tão perto quanto a confissão nos lábios do homem; tão perto quanto a fé em seu coração.

Como já disse, a lendária busca do cálice sagrado é bem irônica em certo sentido. Mas existe um sentido no qual essas histórias refletem uma verdade muito importante. Tome, por exemplo, as lendas associadas com o rei Arthur e os cavaleiros da távola redonda. Aqui, a busca do cálice sagrado se tornou a maior das aventuras dos cavaleiros. Após terem uma visão do cálice passando diante deles, todos os cavaleiros do rei Arthur saíram em busca do verdadeiro. Em suas várias aventuras ao longo da história, muitas se desviaram. Lionel foi tomado de uma fúria assassina, e a certa altura, quase matou seu próprio irmão. Gauvain tinha uma fraqueza por mulheres. Outros chegaram mais próximos do prêmio. A grande busca de Sir Lancelot transformou-se num épico em si mesma. A história da busca do cálice de Sir Percival tornou-se uma fábula de tentação com muito envolvimento, pecado, arrependimento e restauração. Mas o cavaleiro que finalmente descobriu o cálice sagrado em toda a sua glória foi Sir Galahad, o puro e nobre ideal da cavalaria e do romance religioso.

Ao encontrar a relíquia, ele experimentou uma incrível visão de Deus... e morreu em êxtase. Na verdade, estas são apenas lendas românticas. Mas existe uma verdade que estas histórias refletem. A procura do cálice sagrado é a maior busca da humanidade; não existe uma aventura maior nesta vida; não existe um tesouro mais rico que este para se procurar... o cálice que Cristo nos oferece. Ele vale o sacrifício de tudo. Ele vale a entrega de nossa vida. Não ousemos desprezar este presente porque Deus o trouxe tão perto de nós. Não ousemos trivializa-lo porque ele está tão perto quanto uma palavra de fé em nossos lábios. Ele ainda é o santo, o poderoso sangue de Jesus Cristo. Ainda é imensurável um caro sacrifício.

Você continuará procurando bem distante o cálice sagrado? Ou você o dispensou por estar tão próximo, tão familiar? Em qualquer um dos casos, eu oro para que você, a partir deste momento, aceite o precioso dom da salvação através do sangue, do sacrifício do filho de Deus. Ele está muito próximo. Se confesse agora mesmo. Deposite a sua confiança neste Salvador que tanto lutou para trazer a salvação até aqui em nossas mãos na mesa da Ceia. Aqui junto a nós, simbolizada pelo pão e o cálice da comunhão Cristo a tornou muito acessível. Basta que aceitemos.

ORAÇÃO

Pai nosso, chegamos a Ti como seres humanos pecadores que precisam de ajuda. Temos estado em constantes buscas que não nos levam a lugar algum. E agora queremos fixar nossos olhos, nossa fé, somente no dom da salvação em Jesus Cristo. Obrigado por morreres por nós perdoando assim os nossos pecados. Obrigado por viveres por nós como Redentor e Rei. Aceitamos esse sangue que nos purifica e colocamos a nossa fé em Ti. Amém.

Como curar nossas mágoas

COMO CURAR NOSSAS MÁGOAS

Pr. Finley

"Quase todas as noites, Lizzie, a garotinha que um dia se tornaria parte da família Wallenda, tinha que estender os braços na frente de seu pai. Quando ele voltava para casa do trabalho, cada um dos seis irmãos, também estendiam seus braços. Eles todos ficavam em fila para receber a punição. O pai batia nos braços deles com seu cinto até que cada um começasse a chorar. Ele simplesmente presumia que eles haviam feito alguma coisa errada naquele dia e que mereciam uma surra.

Quando Lizzie cresceu, as surras se transformaram em espancamentos mais severos. Se sua mãe alguma vez tentasse interferir, ela seria trancada no quarto por vários dias.

Numa ocasião, o órgão do serviço social tentou socorrer as crianças. Elas foram distribuídas entre diversas famílias. Lizzie foi passando de uma casa para outra, até que finalmente decidiu fugir desta situação. Desde então ela teve que fazer o melhor que podia por si mesma nas ruas, seu único consolo vinha do álcool e da maconha.

Lizzie, em resumo, foi um caso clássico de alguém sem oportunidades na vida. Sem chance de ter uma vida emocional saudável - ela havia sido muito abusada, muito cedo. Sem chance de fazer algo de si mesma. Como você desenvolveria um senso de auto-estima enquanto é arrastado de um lar adotivo para outro? Não existe chance de absorver valores positivos - você consegue apenas aprender a sobreviver nas ruas.

Contudo, de algum modo, essa menina superou a adversidade. Alguns anos depois, você encontra Lizzie transformada em Angel Wallenda, a equilibrista que se apresenta para grandes platéias com seu esposo, Steven.

Steven Wallenda era membro da família mais famosa de equilibristas circenses. Quando ele conheceu Lizzie, ele foi imediatamente cativado por sua afetuosa e amigável personalidade. Ela havia passado por tanta coisa, e ainda olhava para tudo com otimismo. Steven a via como um presente que Deus tinha colocado em sua vida.

Depois do casamento, os dois começaram a praticar juntos números de equilibrismo. Lizzie, agora Angel Wallenda, pareça ter nascido para aquilo. Ela se superava, muito rapidamente, numa arte que requeria física, coragem, graça, e nervos de aço. Steven e Angel começaram a se apresentar em importantes eventos de circo e em especiais de televisão.

Aquela menina que era espancada em casa por um pai cruel, mantinha a cabeça erguida, e se movia calma e firmemente sobre o cabo. E ela fazia mais. Angel também demonstrou extraordinária estabilidade emocional. Quando o câncer ameaçou sua carreira e sua vida, ela não se desesperou. Ela lutou, e se mostrou como uma fonte de energia para seu esposo.

Quando parte de sua perna teve que ser amputada, ela não desistiu. Lutou para realizar o impossível. Angel se tornou a única pessoa na história - você acredita? - a se equilibrar sobre um cabo com um membro artificial!

Apesar de todas as provações, Angel se tornou a adorável mãe de um saudável, amorável garotinho. Amigos e familiares se maravilhavam continuamente com sua graça mesmo sob pressão. Ela foi uma inspiração para pessoas por todo o país que haviam experimentado a tragédia em suas vidas.

Seu esposo Steven a descreve desta forma: "Ela dá e se dá. Esta é sua natureza. É a sua beleza. Ele me lembra aquela passagem da Bíblia de Filipenses 4:7. - Ela realmente tema "paz de Deus que excede a todo entendimento."(Filipenses 4:17)

Como aquela criança maltratada se transformou na graciosa Angel? Como uma criança sem oportunidades, se transformou num grande sucesso?

E aqueles entre nós que estão carregando suas cicatrizes do passado, aqueles entre nós que se sentem prejudicados pelas feridas da infância, também perguntam: - qual é o segredo? Como superar as tragédias em nossa vida?

Parte da resposta, temos que admitir, é simplesmente que Angel Wallenda era um ser humano com uma incrível capacidade de recuperação. Ela possuía uma firme determinação que poucas pessoas possuem hoje.

Mas isso ainda não é tudo. Angel também adotou certas atitudes que todos nós podemos imitar. Ela teve uma certa perspectiva que nós todos podemos adotar.

Em algum lugar, no início de sua vida, Angel decidiu que ela aprenderia com as coisas que tinham lhe acontecido. Ela não iria ser destruída pelos infortúnios; iria aprender com eles - faria deles uma ferramenta de ensino.

A colega de quarto de Angel no hospital notou que, enquanto ambas eram submetidas ao tratamento, Angel possuía uma experiência que ela simplesmente não tinha. Ela disse: "Havia algo poderoso sobre a maneira como Angel insistia que o câncer não iria arruinar sua vida - que ela a aproveitaria ao máximo. E você via, sua companheira disse, que ela falava seriamente."

Quando perguntada sobre sua trágica infância, Angel respondia assim: "Isto me tornou mais forte. Se minha vida tivesse sido fácil, eu sei que não superaria o que está ma acontecendo agora".

Infelizmente, a maioria de nós, em vez de aprender com as cicatrizes, nosso instinto natural é enterra-las, coloca-las bem lá no fundo. Queremos desesperadamente escapar da dor e então tentamos negar o que aconteceu. Quem sabe, se fingirmos que o papai não fez nada, os sentimentos ruins irão embora.

Mas é claro, quanto mais profundo tentamos enterrar a cicatriz, maia a empurramos para dentro, mais amplamente ela se espalha e é absorvida dentro de nós. Todos os jogos de faz-de-contas acabam cobrando um preço de nossos sentimentos.

Não conseguimos nos livrar das cicatrizes negando o que aconteceu. A estranha verdade é que a única maneira de se livrar das cicatrizes é encara-las de frente. Sim, algo feito, trágico, aconteceu. Algo terrivelmente injusto. Não foi nossa culpa. Precisamos expressar sentimentos reais sobre ferimentos reais.

Em 7 de maio, de 1824, um talentoso compositor regia a primeira execução de sua nona sinfonia num teatro de Viena. O auditório estava cheio e a recepção foi entusiástica. Esse homem parecia colocar muita emoção em sua música, de uma maneira apaixonante e heróica. Ao final de um movimento a audiência rompeu-se em estrondoso aplauso.

Mas o maestro simplesmente continuou lá, de costas para a platéia, tranqüilamente virando as páginas de sua partitura. Finalmente, uma cantora no palco teve que puxa-lo pela manga e apontar-lhe a platéia. Foi somente então que Ludwig Beethoven, completamente surdo, virou-se e curvou-se graciosamente.

Ele não podia ouvir nada dos aplausos. Ele não podia ouvir nenhuma nota do que estava regendo. Mas toda a sinfonia estava lá, em sua cabeça, e ele lhe dava uma dramática e gloriosa expressão.

Beethoven tinha boas razões para apreciar aquela noite inesquecível. De certa forma ele tinha estado compondo contra seu passado, transformando feiúra e desapontamento em algo bonito. Talvez ele se lembrasse de uma cena de anos atrás. Era meia-noite; um garotinho encontrava-se em sono profundo na casa dos Beethoven. Seu pai chegou cambaleante de uma taberna com um colega de bebida e asperamente sacudiu Ludwig e o acordou. O pai exigiu que ele tocasse piano para seu convidado. E então, de bom grado e limpando as lágrimas da face, o garoto foi até ao piano e começou a tocar - por horas.

O pai de Ludwig sabia ser áspero e até cruel com seu filho. Um colega de infância de Ludwig recorda que seu pai muitas vezes usou de surras para forçá-lo a tocar piano. Alguns acreditam que a surdez de Beethoven pode ser o resultado, pelo menos em parte, do abuso que ele recebeu quando criança.

Então, havia muita raiva e ressentimento dentro deste talentoso indivíduo enquanto ele crescia. Mas felizmente ele encontrou uma forma de expressa-los positivamente. Ele superou a prisão de sua surdez. A música de Beethoven não é apenas doçura e leveza. É também, clamor e anseio. Mas ele expressou o mais profundo do seu íntimo; transformou tudo isto num dom, um dom que emocionou profundamente aquela platéia em Viena.

Você sabe, o apóstolo Paulo também tinha marcas em seu próprio passado que ele poderia ter tentado esconder. Ele não se orgulhava de muitas coisas que haviam acontecido em sua vida. Mas ele decidiu ser franco sobre isso; ele se recusou a negar as marcas. Você pode sentir esta honestidade aqui em II Coríntios capítulo 6, versos 11 e 13, estas páginas, estas passagens simplesmente transpiram honestidade, ele diz: "Para vós outros, ó Coríntios, abrem-se os nossos lábios, e alarga-se o nosso coração. Ora, como justa retribuição (falo-vos como a filhos), dilatai-vos também vós." (II Coríntios 6: 11 e 13)

As palavras do apóstolo Paulo são claras. O primeiro passo ao lidar com um passado doloroso é abrir o coração - em vez de se fechar firmemente ao redor do ferimento.

Às vezes, em lugar de tentar enterrar as cicatrizes, tentamos manobrar para que outros as assumam. É claro que temos a quem culpar na maioria das cicatrizes do passado. Mas freqüentemente eles já estão fora de cena. Nunca tivemos uma chance para confrontá-los, para perguntar por quê? Talvez nunca tivemos a oportunidade de qualquer reconciliação com eles.

E então toda esta situação inacabada nos impele a culpar o presente. Algumas pessoas estão sempre fazendo o papel de vítima; elas se sentem desamparadas e mal compreendidas. Querem que outras pessoas assumam a culpa por elas. E então se tornam dependentes destas outras pessoas para tentar conseguir que elas cuidem de suas necessidades. E, infelizmente, elas sempre tentam fazer as outras pessoas se sentirem culpadas por não satisfazerem suas necessidades.

Existem outras maneiras de manipular; muitas outras maneiras de brincar de vítima. As injustiças do passado tendem a nos tornar injustos no presente. Nós nos tornamos involuntariamente descorteses. Culpamos outras pessoas pelos nossos sentimentos, em vez de assumir a responsabilidade por eles. Nos tornamos muito dependentes; lutamos arduamente para fazer os outros se sentirem em dívida conosco.

Mas, isto não nos traz nenhum bem. O problema continua sem solução. Toda a manipulação do mundo apenas nos traz de volta ao problema. As cicatrizes permanecem. Não podemos forçar outras pessoas a assumi-las.

O que podemos fazer? Só uma coisa: transformar as cicatrizes em algo positivo. O único meio de se livrar dos ferimentos é se desfazendo deles.

Permita-me sugerir uma alternativa prática para a manipulação dos outros. Ela é chamada - perdão. Agora, perdão é uma palavra muito difícil para as pessoas que têm sido abusadas e traumatizadas por alguém. Elas estão muito feridas, e o ofensor raramente está arrependido.

Como perdoar alguém que arruinou toda a sua vida?

Bem, de fato, o ato de perdoar é um importante passo em evitar que esta pessoa, arruíne o resto de sua vida. A lembrança do abuso continua perseguindo porque você tem alimentado isto com muita raiva e amargura através dos anos.

Bem, a raiva faz sentido quando você sofre abuso. Na realidade, é uma reação apropriada ao abuso. Como temos dito, desabafar sobre a dor do passado é saudável. Mas, algum dia, teremos que assumir a responsabilidade sobre como continuaremos a reagir aos traumas do passado. Vamos ficar continuamente remoendo isto, ou vamos transformar este passado negativo em algo mais positivo?

Primeiro, teremos que confessar nossa raiva para Deus e receber Seu perdão. Não nós não somos responsáveis pela injustiça feita contra nós, mas sim, somos responsáveis pelo modo como reagimos continuamente a ela.

E então, precisamos expressar a Deus perdão para o ofensor. Perdão não significa dizer que o ofensor agiu certo. Não significa justificar as ações dele ou dela. O que o perdão significa é isto: libertar o indivíduo da nossa condenação. Decidimos que não iremos mais carregar um fardo de ressentimento e condenação por toda parte. Vamos entregá-lo a Deus.

Ouça estas maravilhosas palavras do apóstolo Paulo em Efésios capítulo 4, verso 32. Pessoalmente, tenho visto Deus usar estas palavras para transformar o rancor na vida das pessoas. Ouça Efésios 4, verso 32: "Antes sede uns para com os outros benignos, compassivos, perdoando-vos uns aos outros, como também Deus em Cristo vos perdoou." (Efésios 4:32)

Como podemos perdoar o ofensor? Somente expressando o perdão que Deus nos dá pregado na cruz orando: "Pai, perdoa-lhe, porque não sabem o que fazem".

O perdão nos liberta do fardo da condenação. Entregamos o ofensor nas mãos de Deus. Impedimos que o ofensor destrua o resto de nossa vida.

Uma mulher de 48 anos, eu a chamarei de Janice, viu seu mundo arruinado no dia de seu divórcio. Depois de 20 anos de casamento, seu marido a deixou por uma mulher 20 anos mais nova. Ela perdeu tudo, incluindo sua casa com todas suas preciosas lembranças - seus filhos, família. O tempo passava, Janice via crescendo sua amargura e desespero. Mas, ela começou a ler a Bíblia. Ela estava procurando respostas para sua própria vida e encontrou esta passagem em Efésios que nós acabamos de mencionar. Ela decidiu colocá-la em prática. Janice se ajoelhou e disse a Deus que estava perdoando seu esposo, libertando-o de sua condenação.

Pouco tempo depois disso, ela foi ao casamento de seu filho. Seu ex-marido havia planejado encontrar com ela antes do ensaio do casamento - sabendo que poderia ser um fim de semana muito difícil. Ele achava que precisavam conversar.

No sábado, na noite do encontro, Janice chegou cedo na igreja, sentou num dos bancos e orou. Aquilo seria uma prova, mas ela reafirmou sua promessa de perdoar e se livrar do rancor.

Então ela escutou a porta dos fundos da igreja se abrir, e passos vindo pelo corredor. Janice levantou e virou-se. Ali, vindo pelo corredor, estava seu ex-marido de 48 anos com sua nova esposa de 28 anos, uma mulher muito bonita.

Este era o momento que Janice havia temido. Mas agora, havia algo em seu coração, mais forte que o rancor. Ao se encontrarem, Janice colocou a mão no ombro de seu esposo e disse: "John, eu quero que você saiba que eu fiquei muito magoada e irada com o que aconteceu com o nosso casamento, mas eu o perdôo". E virou-se para a nova esposa dele e disse: "Eu tenho pedido a Deus para perdoar o meu rancor, e perdôo você".

Então Janice disse aos dois: "Eu quero que vocês saibam que eu farei o que eu puder para fazer deste, um fim de semana maravilhoso". Então ela voltou e se assentou no banco, tendo finalmente encontrado a paz.

Você percebe, somente Cristo pode nos dar este tipo de paz. E somente o perdão pode nos libertar de um passado doloroso. É muito melhor ter alguma coisa para dar, do que algo negativo a que se apegar.

Só existe somente uma maneira de se livrar dessas velhas, dolorosas marcas e cicatrizes, meus amigos: é se desfazendo delas. Não podemos nos esconder de um passado doloroso; não podemos negar um passado doloroso. Não podemos manipular os outros para assumi-lo. Mas podemos transformá-lo em uma dádiva; podemos nos desfazer dele.

Existe um verso familiar em Romanos, capítulo 8, que os cristãos mencionam muitas e muitas vezes quando estão enfrentando dificuldades. Eu acho que tem um significado especial para aqueles que estão tentando lidar com os ferimentos do passado. É assim que a Bíblia viva traduz romanos 8, verso 28: "E sabemos que tudo quanto nos acontece está operando para o nosso próprio bem, se amarmos a Deus e estivermos nos ajustando aos planos Dele". (Romanos 8:28)

Deus pode fazer com que todas as coisas contribuam para o bem. Podemos também dizer: Deus faz com que todas as coisas operem para uma dádiva. Ele pode nos ajudar a criar algo proveitoso, algo positivo do sombrio e triste passado. Ele pode nos ajudar a achar aquela viçosa margarida no meio do lamaçal.

Existe uma razão específica porque Deus é especialista neste tipo de trabalho. Ele passou por isto. Deus se dispôs a sofrer o pior que pudesse existir a fim de nos oferecer a maior dádiva.

Ouça a descrição de Paulo sobre o grande ato de Jesus na cruz, em Efésios 5, verso 2: "E andai em amor, como também Cristo vos amou, e se entregou a si mesmo por nós, como oferta e sacrifício a Deus em aroma suave". (Efésios 5:2)

Paul está falando sobre um horrível instrumento de tortura e humilhação: a cruz romana. Ele está se referindo àquele dia sombrio quando um homem inocente foi açoitado impiedosamente, e zombado enquanto o sangue corria em suas costas. Ele está se referindo à ocasião em que o cordeiro de Deus foi levado ao massacre por homens cruéis e insensíveis.

Falar sobre injustiça? Falar sobre as feridas e cicatrizes? Pense no que poderia estar se passando na mente de Jesus enquanto Ele pendia na cruz. Pense nas vozes que ecoavam em sua mente.

Judas cumprimentando-o, traindo-o com um beijo. Seus três discípulos mais chegados dormindo enquanto ele agonizava no Getsêmani. Todos eles fugindo dentro da noite enquanto ele era preso.

A voz de Pedro no pátio negando até mesmo que tivesse conhecido Jesus. As estridentes e frenéticas expressões da multidão gritando, "Crucifica-o! Crucifica-o!" o som da água respingando enquanto Pilatos lavava as mãos declarando: "Estou inocente do sangue deste justo". A zombaria dos sacerdotes rodeando o local da execução.

Jesus poderia ter ficado amargurado com seu sofrimento. Ninguém parecia compreender. Ninguém apreciava seu infinito sacrifício.

Mas, milagrosamente, Jesus não foi derrotado pela situação. Ele não se envolveu na dor. Em vez disto Ele a transformou numa dádiva. Paulo nos conta que Jesus "deu a si mesmo por nós". Ninguém tirou-lhe a vida. Ele a deu livremente. E como resultado, aquela cena de horror e matança se transformou numa "oferta e sacrifício perfumados para Deus". Se tornou a dádiva suprema.

Deus faz com que dádivas inestimáveis apareçam onde menos esperamos. E o Cristo que transformou a cruz de um instrumento de horror em um instrumento de salvação pode ajudá-lo . Ele pode transformar suas cicatrizes em algo positivo, algo que você possa dar. Ele passou por isto. Ele tornou isto possível.

Amigo, você tem fingido sobre seu passado? Ficar negando a verdade, requer muita energia. Você tem tentado forçar outros a manipulando os outros de diversas maneiras?

Jesus tem uma saída, uma sugestão simples para você. Livre-se de suas cicatrizes se desfazendo delas.

A dor pode lhe dar uma empatia especial para com aqueles que estão em dificuldade. Você pode usá-la para ajudar as pessoas. Sua tragédia pode lhe dar discernimento, energia para contribuir de maneira positiva.

Jesus pode ajudá-lo a encontrar este dom. Deixe-o começar a trabalhar em sua vida agora mesmo. Abra o coração para ele. Abra todos os cantos escuros; todos os segredos do passado. Seu infortúnio está seguro com ele. Leve-os a ele agora mesmo, aos pés da cruz.

ORAÇÃO

Querido pai, nos achegamos a Ti, neste momento, com a carga do passado. Estamos sobrecarregados de todas as formas, mas queremos colocar tudo aos pés do Salvador que transformou crucifixão em vida eterna. Confessamos nossa necessidade; confessamos o modo pecaminoso com que tentamos lidar com nossos problemas. Te agradecemos por Teu generoso perdão e graça. Obrigado por Teu espírito criador. Agora, faça todas as coisas trabalharem juntas para o bem, em uma dádiva e ajudá-nos a crescer com esta dádiva. Em nome de Jesus, amém.

Teria coragem de não amá-lo?

TERIA CORAGEM DE NÃO AMÁ-LO?

Pr. Alejandro Bullón


"Anos atrás, na faculdade onde estudei, fui testemunha de uma bonita história de amor. Um dos rapazes mais feios do seminário casou-se com uma das moças mais lindas.

Ela era uma das moças que chegaram naquele ano. Os rapazes mais charmosos, mais bonitos, mais espertos e comunicativos foram desfilando um a um tentando conquistá-la, sem sucesso.

Um dia um colega procurou-me e disse:

- Estou com problemas.

- O que foi?

- Estou amando.

- Parabéns! Isso é fabuloso, isso não é um problema.

- Espere um minuto - disse ele - estou falando daquela garota.

Cortei o sorriso e murmurei:

- Bom, nesse caso, acho que é um problema. Você sabe, os rapazes mais charmosos e bonitos do colégio nada conseguiram. Você acha que ela vai olhar para você?

- Eu sei - disse o rapaz triste - eu sei disso, mas o que posso fazer se eu a amo?

Os meses foram passando e o amor foi crescendo em silêncio no coração do rapaz.

Na metade do ano, de repente, correram boatos de que ela abandonaria a faculdade porque não conseguia pagar as mensalidades. O nosso amigo apresentou-se ao gerente da Universidade e ofereceu-se para pagar as contas da moça com o estipêndio que ele tinha ganhado vendendo livros. Naturalmente, isto significava para ele a perda de um ano de estudos.

O gerente tentou dissuadi-lo da idéia. Mas não conseguiu. "O dinheiro é meu e eu quero pagar as contas dela. E por favor, não gostaria que ela ficasse sabendo quem pagou."

Assim ele abandonou o colégio naquele ano para vender mais livros e continuar estudando no ano seguinte.

Alguns meses depois recebi dele uma carta comovente:

- Você diz que não vale a pena o sacrifício que estou fazendo, que ela nunca olhará para mim, o que você não sabe é que eu a amo e não posso permitir que ela perca um ano de estudos. Eu a amo. Não importa se ela nunca olhará para mim. Eu sou feliz fazendo isto por ela.

No ano seguinte ele retornou à faculdade. Seu amor estava mais maduro. Tinha certeza do que sentia e um dia criou coragem e falou com ela. Abriu o coração e declarou seus sentimentos. Foi um momento triste. Ela não só recusou a proposta como o tratou mal.

Alguém procurou a moça e disse para ela:

- Olha, você tem o direito de dizer não, mas podia ter sido mais delicada com ele. Não precisava magoá-lo. É verdade que ele é um garoto simples, quase insignificante, sem qualquer atributo físico, inexpressivo, mas ele ama você de tal modo que no ano passado perdeu um ano de estudos para que você não precisasse abandonar a faculdade, e tudo isso sem querer que você soubesse, sem esperar nada, apenas porque ama você".

A moça ficou chocada. Chorou. Perguntou ao gerente se era verdade e, ao ter a confirmação de tudo, sentiu-se ferida e humilhada.

Meses depois o rapaz anunciou:

- Estou namorando ela.

Todo mundo começou a pensar: "É por pena", "por compaixão". Mas um dia ela disse uma coisa muito bonita:

- Quando descobri o que ele tinha feito por mim, senti-me magoada, chateada, ofendida. Mas a medida que o tempo foi passando, comecei a pensar com mais calma e perguntei pra mim: "Será que neste mundo poderei achar um rapaz que me ame tanto, a ponto de sacrificar, em silêncio, um ano de seus estudos sem esperar nada, sem querer nem mesmo que eu soubesse do sacrifício que ele estava fazendo?" Aí cheguei a uma conclusão: "Como teria coragem de não amar alguém que me ama tanto?"

Essa frase merece ser emoldurada em ouro: "Como teria coragem de não amar alguém que me ama tanto?"

Observe isso que a Bíblia diz: "Verdadeiramente ele tomou sobre si as nossas enfermidades, e as nossas dores levou sobre si; e nós o reputamos por aflito, ferido de Deus, e oprimido. Mas ele foi ferido pelas nossas transgressões, e moído pelas nossas iniqüidades: o castigo que nos traz a paz estava sobre ele, e pelas suas pisaduras fomos sarados. Todos nós andávamos desgarrados como ovelhas; cada um se desviava pelo seu caminho: mas o Senhor fez cair sobre ele a iniqüidade de nós todos. Ele foi oprimido, mas não abriu a sua boca: como um cordeiro foi levado ao matadouro, e, como a ovelha muda perante os seus tosquiadores, ele não abriu a sua boca" (Isaías 53: 4-7).

Quando Isaías registrou estas palavras, parece que ele duvidava que as pessoas entendessem a profundidade do amor de Deus. Por isso começa o capítulo 53 perguntando: "Quem deu crédito a nossa pregação?"

O que realmente aconteceu na cruz do Calvário? Por que Jesus, o Rei do Universo, aceitou pacientemente ser levado como uma ovelha ao matadouro? Que mistério é esse?

No dia em que compreendermos o que realmente aconteceu naquela tarde que o Senhor Jesus morreu na cruz do Calvário, sem dúvida, também perguntaremos: como teria coragem de não amar alguém que me ama tanto?

Mas o que aconteceu lá?

Voltemos nossos olhos ao Jardim do Éden. Quando criou o ser humano, Deus deu-lhe uma ordem: "...De toda a árvore do jardim comerás livremente, mas da árvore da ciência do bem e do mal, dela não comerás; porque no dia em que dela comeres, certamente morrerás" (Gênesis 2:16 e 17).

Nesta ordem estava envolvido o princípio de retribuição. Noutras palavras, a obediência merece a vida e a desobediência merece a morte. O homem pecou. Todos nós pecamos e em conseqüência, a nossa recompensa devia ser a morte. Tínhamos que morrer. "Porque o salário do pecado é a morte..." (Romanos 6:23).

Mas acontece que o ser humano não quer morrer. Ele pede perdão. "Pai, perdoa-me" - ele clama. Sabe o que ele está querendo dizer? "Pai, eu pequei, mereço morrer, mas por favor, não quero morrer".

Esta súplica do homem cria um conflito para Deus porque Ele é Deus e Sua palavra não muda. Se o homem pecou, tem que morrer, mas Deus ama o ser humano, não quer permitir que o homem morra. O que fazer? Se existiu pecado tem que existir morte, "Sem derramamento de sangue não há remissão".

O homem não quer morrer, então alguém tem que morrer. Alguém tem que pagar o preço do pecado no lugar do ser humano. É aí que aparece a figura majestosa do Filho. Ele diz: "Pai, o homem merece a morte porque pecou, mas antes de cumprir a sentença quero ir a Terra como homem e viver como ele; quero assumir sua natureza, experimentar seus conflitos, suas tristezas, suas alegrias e tentações". Foi por isso que Cristo veio a este mundo, como uma criança.

Ele não apenas parecia homem. Ele era um homem de verdade. Como você e eu. Teve as mesmas lutas que você tem, sentiu-Se às vezes sozinho e incompreendido como você. Experimentou suas tentações e é por isso, e não simplesmente porque é Deus, que Ele está mais pronto a amá-lo e compreendê-lo do que a julgá-lo e condená-lo.

O Senhor Jesus viveu neste mundo 33 anos. A Bíblia diz que: "... em tudo foi tentado, mas sem pecado" (Hebreus 4:15).

Ora, se Ele viveu neste mundo como homem, e como homem foi tentado e não pecou, pelo princípio de retribuição Ele merece a vida.

Agora vamos imaginar um diálogo entre Cristo e Seu Pai.

- Pai - disse Cristo depois de ter vivido neste mundo - Eu vivi na Terra, como um ser humano e fui tentado em tudo mas não pequei. Como ser humano eu ganhei o direito à vida. O homem, pelo contrário, pecou e merece a morte. Agora, Pai, o princípio de retribuição não impede que haja uma troca. Sendo assim, a morte que o homem merece, quero morrê-la Eu e a vida que Eu mereço porque não pequei, quero oferecê-la ao homem.

Foi isso o que aconteceu lá na cruz do Calvário. Uma troca de amor. Alguém morreu em nosso lugar. Alguém morreu para nos salvar.

Uns dias antes da morte de Cristo, a polícia de Jerusalém prendeu um marginal chamado Barrabás. O delinqüente foi julgado e condenado à pena de morte. Devia ser cravado numa cruz. Esta era uma morte cruel. Ninguém morre por causa de feridas nas mãos e nos pés. A morte por crucificação é lenta e cruel. O sangue vai se acabando gota a gota. Às vezes o marginal ficava cravado vários dias. O sol de dia e o frio a noite, a fome, a sede e a perda paulatina de sangue iam acabando pouco a pouco com sua vida.

Depois do julgamento e da condenação de Barrabás, as autoridades chamaram um carpinteiro para preparar a cruz que seria dele. Ali estava o delinqüente e ali estava sua cruz, preparada especialmente para ele, com suas medidas, com seu nome. Mas naquele dia os judeus prenderam Jesus. Ele também foi julgado e condenado. A história conta que um homem chamado Pilatos, tentando defendê-lo, apresentou perante o povo Cristo e Barrabás e disse: "...Qual quereis que vos solte? Barrabás ou Jesus, chamado Cristo? ... E eles disseram: Barrabás. Disse-lhes Pilatos: Que farei então com Jesus, chamado Cristo? Disseram-lhe todos: Seja crucificado" (Mateus 27:17, 21 e 22).

Acho que se alguém entendeu alguma vez na plenitude do sentido a expressão, "Cristo morreu em meu lugar", foi Barrabás. Ele não podia acreditar. Talvez beliscasse sua pele para saber se realmente estava acordado. Ele, o marginal, o homem mau, estava livre. E aquele Jesus, manso e simples, que só viveu semeando amor, devolvendo saúde aos doentes e vida aos mortos estava ali para morrer em seu lugar. Eu imagino que Barrabás pensou: "Eu nunca terei palavras para agradecer a Cristo por ter aparecido. Se Ele não tivesse vindo, eu estaria condenado irremediavelmente".

Já não havia mais tempo para chamar o carpinteiro e preparar uma cruz para Cristo. Além do mais, ali havia uma cruz vaga, apesar de ter as medidas de outro, o nome de outro, e de ter sido preparada para outro... Naquela tarde, meu amigo, quando Cristo subiu o monte do Calvário carregando uma pesada cruz - eu gostaria que você entendesse bem isto - aquela tarde triste, Jesus estava carregando uma cruz alheia, porque nunca ninguém preparou uma cruz para Cristo. Sabe por quê? Simplesmente porque Ele não merecia uma cruz. Aquela tarde Cristo estava carregando minha cruz. Era eu quem merecia morrer, mas Ele me amou, me amou tanto que decidiu morrer em meu lugar e assim me oferecer o direito à vida.

Finalmente os homens chegaram lá no topo da montanha. Deitaram a cruz no chão e com enormes pregos atravessaram as mãos e os pés de Jesus. A cruz foi levantada e com o peso do corpo Suas carnes se rasgaram. Um soldado tinha lhe colocado na fronte uma coroa de espinhos. O sangue escorria lentamente pelo rosto. Um outro soldado lhe feriu o lado com uma lança. Ali estava o Deus-homem morrendo por amor. O sol ocultou seu rosto para não ver a miséria dos homens, o Céu chorou numa torrente de chuva. Até as aves dos céus e as bestas do campo corriam de um lado para outro sentindo em sua irracionalidade que alguma coisa estranha estava acontecendo. Só o homem, a mais bela e inteligente das criaturas, parecia ignorar que naquele instante seu destino eterno estava em jogo.

Horas depois, quando os judeus voltaram para casa, lá naquela montanha solitária, em meio a dois ladrões, pendia agonizante o maravilhoso Jesus, que estava entregando Sua vida pela humanidade.

Alguma vez você se deteve a pensar no significado daquele ato de amor? Não foi um louco suicida que morreu na cruz. Não foi um revolucionário social que pagou por sua ousadia. Era um Deus feito homem e como homem tinha medo de morrer. Possuía o instinto de conservação. Ele tinha tanto medo de morrer que, na noite anterior, no Getsêmani, disse a Seu Pai: "... Pai, se é possível, passe de mim este cálice; todavia, não seja como eu quero, mas como tu queres" (Mateus 26:39).

E eu tenho certeza que Deus disse:

- Ainda está em tempo de voltar atrás, Meu Filho.

A vida de toda a humanidade estava em Suas mãos. Ele tinha medo de morrer, mas Seu amor era maior do que o medo, maior do que a vida. Como abandonar o homem no mundo de desespero e de morte? É isso que talvez eu nunca consiga entender: "Por que Ele me amou tanto? Você entende o significado de sua vida?" Você é a coisa mais importante que Cristo tem. Ele o ama de tal maneira que mesmo tendo medo da morte, aceitou-a para vê-lo feliz. Não apenas para vê-lo tornar-se membro de uma igreja, mas para vê-lo realizado e feliz.

O homem pecou e merece morrer. Mas diz a Deus:

- Pai, perdoa-me.

Em outras palavras:

- Eu não quero morrer.

- Filho, Eu não posso mudar uma lei: "O salário do pecado é a morte". Não tem outra saída - disse Deus.

- Pai, perdoa-me, por favor, perdoa-me - continua clamando o homem em seu desespero.

O Pastor H. M. S. Richards conta uma pequena história de quando era garoto.

Ele diz que gostava de pular a cerca e colher as maçãs do vizinho. Um dia a mãe o chamou e mostrando-lhe uma vara verde, disse:

- Você está vendo esta vara verde?

- Sim, mãe.

- Se você colher mais uma maçã do vizinho, vou castigá-lo cinco vezes com esta vara, entendeu?

- Sim, mãe.

Os dias passaram. As maçãs estavam cada dia mais vermelhas e o menino não conseguiu resistir à tentação. Pulou a cerca e comeu maçãs até ficar satisfeito. O que ele não podia esperar era que ao voltar para casa a mãe estivesse esperando-o com a vara verde na mão. Tremeu. Sabia o que iria acontecer. Quase sem pensar suplicou:

- Mãe, me perdoe.

- Não, filho - disse a mãe - eu fiz uma promessa e terei que cumpri-la.

- Mãe, por favor, eu prometo que nunca mais tornarei a fazer isso.

- Não posso filho, você terá que receber o castigo.

- Por favor mãe, por favor - continuou suplicando com olhos lacrimejantes.

Que mãe pode ficar insensível vendo o filho amado suplicando perdão?

Ela tomou entre as suas, as mãos do filho e perguntou:

- Você não quer receber o castigo?

- Não, mãe.

- Então, só existe uma saída meu filho.

- Qual é?

A mãe estendeu a vara para ele e disse:

- Segura a vara meu filho. Em lugar de eu castigar você com esta vara você vai me castigar. O castigo tem que se cumprir, porque a falta existiu. Você não quer receber o castigo, mas eu o amo tanto que estou disposta a receber o castigo por você.

"Até aquele momento eu tinha chorado com os olhos - contou Richards - naquele momento eu comecei a chorar com o coração. Como teria coragem de bater na minha mãe por um erro que eu havia cometido?"

Você entendeu a mensagem? É isso que acontece entre Deus e nós quando, depois de pecar, suplicamos perdão. Ele olha com amor para nós e diz:

- Filho, você pecou e merece a morte, mas você não quer morrer. Então, só resta uma saída, Meu filho.

- Qual é? - perguntamos ansiosos.

- Em lugar de você morrer pelo pecado que cometeu, estou disposto a sofrer a conseqüência de seu erro - responde Ele com sua voz mansa.

Richards não teve coragem de castigar sua mãe por um erro que ele tinha cometido. Mas nós tivemos coragem de crucificar o Senhor Jesus na cruz do Calvário. Continuamos crucificando-O cada dia com as nossas atitudes. E Ele não diz nada. Como um cordeiro é levado ao matadouro e como ovelha muda diante dos Seus tosquiadores, não abre a boca, não reclama, não exige direitos, não pensa em justiça. Apenas morre, morre lentamente consumido pelas chamas de um amor misterioso, incompreensível, infinito.

Não, eu nunca terei palavras para agradecer o que Ele fez por mim. Eu nunca poderei entender a plenitude de Seu amor por mim. Mas ao levantar os olhos para a montanha solitária e ver pendurado na cruz um Deus de amor, meu coração se enternece e exclamo como a garota da faculdade: "Como teria coragem de não amar alguém que me ama tanto?"

E quanto a você? Correrá aos braços de Jesus dizendo: "Senhor, porque me amas tanto? Estou aqui e Te entrego a minha vida, ou o que resta dela. Te entrego meu coração manchado de egoísmo. Toma-o, Senhor, e transforma-o."

ORAÇÃO

Querido Pai, neste momento estou Te abrindo meu coração porque quero dizer: "Muito obrigado por Teu sacrifício." Abençoe minha vida. Em nome de Jesus. Amém.

O segredo da oração

O SEGREDO DA ORAÇÃO

Pr. Alejandro Bullón


"Alguma vez você já se perguntou o que é a oração? Será que Deus responde as nossas orações simplesmente para que não continuemos a incomodá-Lo? E por que às vezes parece que Ele não ouve nossas petições? Precisamos compreender este assunto para que a oração se torne uma arma poderosa em nossas mãos.

"E, levantando-se dali, foi para os termos de Tiro e de Sidom, e, entrando numa casa, não queria que alguém o soubesse, mas não pôde esconder-se; porque uma mulher, cuja filha tinha um espírito imundo, ouvindo falar dele, foi, e lançou-se aos seus pés. E esta mulher era grega, siro-fenícia de nação, e rogava-lhe que expulsasse de sua filha o demônio. Mas Jesus disse-lhe: Deixa primeiro saciar os filhos; porque não convém tomar o pão dos filhos e lançá-lo aos cachorrinhos. Ela, porém, respondeu e disse-lhe: Sim, Senhor; mas também os cachorrinhos comem, debaixo da mesa, as migalhas dos filhos. Então ele disse-lhe: Por essa palavra, vai; o demônio já saiu de tua filha. E, indo ela para sua casa, achou a filha deitada sobre a cama, e que o demônio já tinha saído" (Marcos 7:24-30).

Esta passagem bíblica apresenta o drama de uma pobre mãe que não sabia mais o que fazer com sua filha. A menina estava possuída por um espírito imundo. O inimigo fazia o que queria com a vida daquela jovem. Ele a conduzia por caminhos estranhos, tortuosos, escabrosos. Arruinava a sua vida lentamente, jogava por terra seus valores e princípios. A jovem era uma pobre escrava de Satanás.

Tenho a impressão de que mais de um pai carrega a tristeza de ver seu filho caminhando para a morte, como uma pobre vítima e escravo do inimigo, transitando pelo caminho das drogas, dos vícios e da incredulidade.

Esse texto mostra o drama de uma pobre mãe que não sabia mais o que fazer para ajudar a sua filha. Esta menina era vítima da possessão demoníaca.

Meu amigo, o demônio existe; é uma pessoa. Foi um príncipe no reino dos Céus, foi um anjo de luz maravilhoso, diretor dos corais celestiais. A Bíblia afirma que misteriosamente este anjo deu lugar ao egoísmo em seu coração e o egoísmo é a raiz de todos os pecados. Revoltou-se então contra Deus e tentou ocupar o lugar de Jesus, que era adorado pelo Universo inteiro. Houve uma batalha lá no Céu. Jesus e Seus anjos lutaram contra o dragão, mas o dragão foi vencido, foi expulso do Céu e trouxe consigo a terça parte dos anjos.

O diabo e seus anjos são seres reais, existem, andam por aí tentando arruinar as pessoas, tomando posse das pessoas e trazendo aflição aos corações.

É preciso que entendamos este assunto de possessão demoníaca. Quando uma pessoa grita, chora, esperneia, cai no chão, é porque além de ser possuída pelo inimigo é fraca mental, física e emocionalmente. Mas é um grande erro pensar que os únicos possuídos pelo inimigo são aqueles que gritam, choram e caem no chão. Aliás, eles são poucos. A grande maioria não grita, não esperneia, não faz escândalo. A grande maioria das pessoas possuídas nem sequer percebem sua situação.

Como saber se uma pessoa é possuída pelo inimigo? É muito simples. Quando Jesus esteve nesta Terra disse: "Quem não é comigo, é contra Mim..." (Mateus 12:30).

Segundo esta declaração, se não estamos vivendo uma vida de comunhão diária e permanente com Cristo, de maneira natural passamos a ser instrumentos nas mãos do inimigo. A única maneira de não estar possuído pelo inimigo é estar possuído por Cristo. São Paulo afirma: "Já estou crucificado com Cristo; e vivo, não mais eu, mas Cristo vive em mim..." (Gálatas 2:20).

Quando Cristo me possui, Ele estabelece o Seu trono em meu coração. Seu espírito santifica a minha vontade e controla a minha vida. E se eu estou sobre o controle divino, com certeza, não estou sobre o controle do inimigo.

Na vida espiritual não existe terreno neutro. Ninguém pode ficar em cima do muro. "Quem não é comigo", diz Jesus, "é contra mim". Isto é solene. O ser humano não precisa necessariamente abrir o coração ao inimigo. Não aceitar Jesus já é uma decisão em favor do diabo. Na Bíblia achamos dois casos típicos de possessão demoníaca. A jovem do nosso texto é um caso de alguém, que além de ser possuído, é fraco mental, físico e emocionalmente. Por isso o diabo a fazia estremecer e cair no chão.

Mas na Bíblia encontramos o caso de um homem que foi possuído pelo inimigo, mas não gritou, nem caiu no chão: São Pedro. Jesus olhou para ele e disse: " ... Sai de mim Satanás..." (Mateus 16:23).

Naquele momento Pedro estava fisicamente perto, mas espiritualmente longe de Jesus. Ao não pertencer a seu Senhor, naturalmente pertencia ao inimigo, mas não caiu no chão, não gritou, não fez escândalo, porque nem todos os possuídos pelo inimigo fazem escândalos. Aliás, a experiência de Pedro nos prova uma outra coisa. Minutos antes Pedro tinha feito uma declaração extraordinária e Jesus olhando para ele disse: " ... Pedro, isto não te revelou carne nem sangue mas você falou por revelação do Espírito Santo" (Mateus 16:17).

Um tempo depois, Jesus olhou para esse mesmo Pedro e disse: " ... Sai de mim, Satanás..." (Mateus 16:23).

O que fica bem claro é que o fato de hoje estar bem com Jesus não é garantia de que amanhã continuaremos assim.

Não é, uma vez salvo, para sempre salvo. Nossa única segurança é Jesus. Temos que depender dEle diariamente.

Pedro, num momento fazia uma declaração inspirada pelo Espírito de Deus, no momento seguinte era um pobre instrumento nas mãos do inimigo. Mas o fato de um dia ter sido usado pelo inimigo, não quer dizer, também, que estivesse perdido para sempre. Porque quando percebeu sua situação e voltou os olhos para Jesus, foi novamente um instrumento nas mãos de Deus.

Que coisa maravilhosa! Os braços de Jesus sempre estão abertos esperando você. Não importa quão longe está, nem quão fundo tenha caído. Ele o levantará, o transformará e fará de você um novo homem.

Se neste momento você se sente escravizado, não precisa desesperar-se. Se perceber que está longe de Deus, da igreja, de sua família, não precisa pensar que tudo acabou. Há esperança. Jesus o ama. Ele acredita em você. Ele sempre esperou que chegasse este momento do confronto consigo mesmo.

Mas não pense que as pessoas possuídas pelo inimigo fazem sempre coisas grotescas. Eu posso fazer coisas muito boas, ser um cidadão maravilhoso, fazer até obras de caridade, obras maravilhosas, pregar o bem, ajudar as pessoas, realizar obras de filantropia, mas isso não quer dizer que eu estou possuído por Cristo e que estou servindo a Ele. Posso até falar de Jesus, posso até tremer diante do nome de Cristo.

Olhe o que Tiago diz: "Tu crês que há um só Deus; fazes bem. Também os demônios o crêem e estremecem" (Tiago 2:19).

Está vendo amigo? Não basta crer em Jesus. Temos que viver uma vida de comunhão com Ele. Temos que ajustar a nossa vida aos ensinamentos divinos. Eu tenho que abrir a palavra de Deus e obedecê-la. Muito cuidado porque homens de maneiras polidas e de conduta impecável, podem não passar de pobres instrumentos nas mãos do inimigo. Não basta crer, não basta fazer as coisas boas, temos que viver uma vida diária de comunhão com Cristo.

Evidentemente a jovem de nosso texto não tinha uma vida de comunhão com Cristo e em conseqüência, era dominada pelo inimigo. Agora encontramos o quadro de uma mãe que não sabe o que fazer para libertar a sua filha. Esta mulher ouviu falar de Jesus. Era grega, de origem siro-fenícia. A religião dos gregos, era a religião do racionalismo. Os gregos não acreditavam em nada se não pudessem tocar e ver. Mas aqui estava uma pobre mulher que precisava de uma ajuda que requeria fé em algo que racionalmente parecia não ter sentido. Nenhum dos seus deuses gregos tinha poder para libertar sua filha. Por isso procurou a Jesus, mas antes, precisava aprender uma lição: a vida cristã é, de certa maneira, uma vida ilógica.

Se você quer seguir a Jesus, muitas vezes vai ser incompreendido. Sabe por quê? Porque Jesus muitas vezes faz coisas "loucas", aos olhos dos homens. Um dia Jesus tinha que alimentar uma multidão de quinze mil pessoas e só tinha cinco pães e dois peixes. Uma loucura! Mas essas coisas loucas de Deus, são sabedoria para os que crêem. Outra vez, Ele apareceu andando sobre as águas do mar. Podia até ter aparecido num barco. Era uma loucura andar sobre as águas do mar. Mas as coisas loucas de Deus são sabedoria para os que crêem. Então não se assuste quando, ao abrir a Bíblia, encontrar um Deus que pede para você viver uma vida ilógica. Não fique com medo. Na opinião dos homens, as coisas de Deus são incompreensíveis.

Na maneira de pensar e viver daquela pobre mulher não havia lugar para a fé. Tinha aprendido a racionalizar tudo. Existem hoje pessoas morrendo por falta de Cristo, mas para acreditar nEle querem analisá-Lo num laboratório. A família está se desintegrando; a vida interior está em pedaços; não têm paz; há um vazio que os consome por dentro, mas se recusam a crer em Deus porque não conseguem entendê-Lo como uma questão aritmética onde dois mais dois é igual a quatro.

Amigo, Deus é Deus. Se você pudesse entendê-lo Ele deixaria de ser Deus. Você tem que crer. A vida cristã é uma vida de confiança, de fé. Você tem que se abandonar nos braços de Jesus. Ele não falhou com ninguém. Você não será a primeira pessoa com quem Ele vai falhar. Milhares e milhares de homens têm ido a Jesus como estavam, têm acreditado no Seu poder, têm confiado nEle. E têm voltado vitoriosos. Você não será o único em cuja vida o cristianismo não dará resultado. Mas pelo caminho da lógica e do raciocínio, você não chegará a nenhum ponto. Você terá que acreditar, terá que jogar-se na escuridão sabendo que braços poderosos estarão esperando por você lá embaixo. Isso chama-se fé.

Mas como você pode ter fé se não conhecer a Jesus? Você nunca terá fé se não abrir a Palavra de Deus para saber que na história do mundo houve homens que no momento do desespero resolveram confiar e não ficaram desapontados. Deus sempre respondeu a oração e a confiança deles.

Voltemos ao texto bíblico. Há aqui uma oração sincera. "Senhor", disse a mulher, "por favor, tira o espírito imundo que está dominando minha filha."

O que é a oração? Orar é abrir o coração a Deus, como a um amigo. Compreendeu? Orar é abrir o coração. Em Apocalipse o Senhor Jesus diz: "Eis que estou à porta, e bato: se alguém ouvir a minha voz, e abrir a porta, entrarei em sua casa, e com ele cearei, e ele comigo" (Apocalipse 3:20).

Jesus está tocando a porta do seu coração. Neste momento Ele está batendo e é preciso que você saiba algo: Jesus é a vida. Você precisa de vida? Abra o seu coração a Jesus. Jesus é a saúde. Você precisa de saúde? Abra o coração a Jesus. Ele é a maior bênção espiritual, material, ou de qualquer outro tipo que você precise. Abra o coração a Jesus e deixe-O entrar em sua vida. Jesus é poder para converter. Você precisa que alguém em sua família seja convertido? Abra o coração a Jesus. O que está faltando em sua vida? Qual é o milagre que você está precisando?

Quando você ora, você abre o coração a Jesus, mas isto pode ir contra nosso conceito tradicional de oração, porque você talvez pensasse que orar era ajoelhar-se e dizer: "Senhor me abençoa, me abençoa, me abençoa". Mas o que Jesus está dizendo é que Ele já abençoou você, já o curou, já lhe deu o emprego que você estava procurando, já trouxe seu filho de volta, Ele já transformou o coração duro de seu marido, já reestruturou seu lar, já lhe deu o que estava pedindo. Agora Ele está à porta de seu coração querendo entrar, trazendo consigo todas as bênçãos. Você não tem que orar para pedir, você precisa orar para agradecer pelas coisas que Ele já fez. Orar não é pedir, orar é abrir o coração e deixar que Jesus entre trazendo todas as suas respostas.

Este conceito de oração não deveria ser novidade para nós, está na Bíblia. Quer que eu lhe mostre? Aquela mulher chegou a Jesus dizendo:

- Senhor, tira o espírito da minha filha.

E Jesus pareceu não atendê-la; foi para o outro lado. A pobre mulher foi atrás dele:

- Senhor, tira o espírito da minha filha.

Jesus parecia não prestar atenção e a coitada mulher insistindo:

- Senhor, te peço por favor, me ajuda, liberta minha filha.

E Jesus, olhando para ela, diz:

- Não é justo que eu jogue o pão dos filhos para os cachorrinhos.

E a mulher exercita a sua fé e diz:

- Senhor, até os cachorrinhos têm direito de comer das migalhas que caem da mesa.

"Pastor" - você pode pensar - "o senhor não está sendo claro. Esta mulher não estava pedindo?" Não. Ela pensava que pedia. Jesus não respondeu sua oração no início justamente para conscientizá-la de que ela não estava pedindo. Ela estava acreditando. Se ela estivesse pedindo, teria ido embora porque Jesus não prestava atenção nela. Ele aparentemente a ofendeu, dizendo que não era justo que Ele a abençoasse. Você aceitaria que alguém o comparasse com um "cachorrinho"? Mas a mulher disse:

- Senhor, até os cachorrinhos recebem as migalhas.

Ela estava provando que acreditava no poder transformador de Jesus, e quando o Senhor Jesus viu a fé dela disse:

- Por essa palavra, vai; o demônio já saiu de tua filha.

Meu amigo, quando a mulher estava ajoelhada clamando:

- Senhor liberta minha filha.

Jesus já tinha libertado sua filha a muito tempo, e tudo que faltava para a bênção se materializar era ela crer. Quando ela provou que acreditava, Jesus disse:

- Basta, agora volte para casa. Sua filha já está livre a muito tempo.

O texto bíblico diz que quando a mulher entrou em casa, sua filha estava ali deitada na cama e feliz.

Compreendeu essa maravilhosa mensagem? Então me responda: seu filho está fora da igreja há muito tempo? Você tem orado e chorado por ele? Tem suplicado e pedido, mas parece que nada acontece? Comece hoje a acreditar que a bênção já lhe foi concedida. Feche os olhos; imagine seu filho pregando na igreja, imagine-o cantando, sendo um diretor de jovens. Não fique pensando que Deus responde a oração de todo mundo, menos a sua. Feche os olhos e sonhe, sonhe com a resposta de Deus.

Qual é a resposta que você precisa em sua vida? Feche os olhos; veja a bênção em suas mãos. Acredite na resposta divina, e aceite-a como Deus a dá e não como você gostaria de recebê-la.

ORAÇÃO

Querido Pai, obrigado porque fizeste da oração um meio de comunicação Contigo e obrigado pela certeza que me dás de que as minhas orações são respondidas muito antes de brotarem de meus lábios. Vem neste momento e faz-me sentir a Tua presença em minha vida. Em nome de Jesus, amém.

Suba a montanha

SUBA A MONTANHA

PR. ALEJANDRO BULLÓN

"A mensagem de hoje é dedicada especialmente aos jovens. O texto bíblico encontra-se no livro de Josué 14:12 e 13: "Agora, pois, dá-me este monte de que o Senhor falou naquele dia; pois naquele dia ouviste que lá estavam os enaquins e grandes e fortes cidades: Ó Senhor, porventura, será comigo, para os desapossar, como prometeu. Josué o abençoou, e deu a Calebe, filho de Jefoné, Hebrom em herança."


O personagem central deste texto é Calebe. Vejamos um pouco a história bíblica para saber quem é Calebe. O nome dele está relacionado com outro grande líder do povo de Deus, chamado Josué. Josué e Calebe eram jovens ainda quando Moisés e o povo de Israel chegaram ao limite da terra prometida. O povo de Deus tinha sonhado e sonhado com a terra da liberdade. Agora, finalmente, chegaram à fronteira, era só entrar e conquistar a terra. Mas, por inspiração divina, Moisés escolheu doze jovens e os mandou para espiar a terra. Dois deles eram Josué e Calebe. Os espiões viram uma terra maravilhosa e extraordinária que manava leite, mel e produzia frutos enormes. Era a terra dos sonhos, a terra que eles tinham esperado e que agora tinham alcançado.


Apesar disto, dez espiões chegaram tristes e derrotados, com um relatório pessimista. Veja o que diz o texto bíblico em Números 13:32 e 33: "E, diante dos filhos de Israel, infamaram a terra, que haviam espiado, dizendo: A terra, pelo meio da qual passamos a espiar, é terra que devora os seus moradores; e todo o povo que vimos nela são homens de grande estatura. Também vimos ali gigantes (os filhos de Enaque são descendentes de gigantes), e éramos aos nossos próprios olhos como gafanhotos, e assim também o éramos aos seus olhos."


Vocês sabem, a covardia nos leva, muitas vezes, a inventarmos coisas que não existem. Como pode um ser humano ser um gafanhoto diante de outro? Mentira! Como pode a terra se abrir e engolir os seus habitantes? Se fosse verdade, como eles retornaram para dar o relatório? A covardia nos faz inventar mentiras. Mas dois deles, Josué e Calebe, disseram a Moisés: "Moisés, a terra é maravilhosa, tudo é verdade, como Deus prometeu, e o que estes rapazes dizem, também é verdade, há gigantes, gente muito maior do que nós. A terra é difícil de ser conquistada, mas nós podemos conquistá-la. Entremos em nome de Deus!" Aí, então, aparece pela primeira vez a figura gigantesca de Calebe.


Passaram-se quarenta anos. Agora, finalmente, Israel entra e conquista a terra. Moisés já havia morrido. Josué, o companheiro de Calebe, é o primeiro, Calebe é o segundo. Ser o primeiro ou o segundo, não é problema, nunca foi o problema.


Quando chega o momento da distribuição da terra, todos chegaram como loucos querendo receber a melhor terra, a mais produtiva, a terra mais fácil de ser conquistada, qual é a terra mais mole. Todos estavam procurando o vale, a planície, todo mundo escolhendo a melhor terra. Calebe, lá atrás, estava quieto. Quando todos já tinham escolhido as melhores terras e alguns ainda brigavam por elas; quando a maioria já estava tranqüila, então veio a vez de Calebe. Josué chegou pra ele e disse: "E você? Você merece terra boa. Você e eu fomos os únicos que chegamos a Moisés com um relatório positivo. Você merece a melhor terra. Desculpe-me por ter esquecido você." E Calebe disse: "Não fique preocupado, dá-me a montanha. Aquela montanha que aparentemente não produz nada. Aquela montanha aparentemente difícil de ser escalada. Dá-me a montanha!"


Diz a Bíblia que aquela montanha era habitada pelos enaquins, os gigantes daquela época, os ancestrais de Golias, aqueles gigantes guerreiros. A lança de um deles pesava quatro quilos e meio. Guerreiros, gigantes, cidades fortificadas em cima da montanha. O povo de Israel tinha conquistado parte da terra, mas não tinha conquistado a montanha.


Agora, Calebe olha para Josué e diz: "...dá-me este monte de que o Senhor falou naquele dia;" Josué 14:12


Em outras palavras: "Agora que não sobrou terra maravilhosa para mim, eu quero a montanha. Eu quero a terra dos gigantes. O Senhor disse que estará comigo. Eu subirei a montanha e derrotarei os gigantes." Aí está a figura maravilhosa de Calebe.


Meu querido, ao longo da vida subimos pequenos montes e quando chegamos no topo, descobrimos que diante de nós levantam-se montanhas e mais montanhas. Mas, por favor, não desista de seu sonho se a montanha parece alta demais. Não vá pelo caminho mais fácil. Olhe para as montanhas! Não siga o caminho da mediocridade. Olhe para as montanhas! Saia do vale do conformismo. Largue as planícies da rotina e da monotonia. Atreva-se a subir a montanha.


Em 1960, surgiu uma geração de jovens revoltados com a estrutura podre da sociedade daqueles tempos. Eles diziam: "A sociedade é uma sociedade hipócrita, mentirosa e imoral. Por fora, é tudo bonito, cobram muita coisa, mas por dentro é tudo podridão. Nós vamos nos revoltar contra essa sociedade." Foi aí que apareceram "hippies" e o aumento do consumo de drogas, como a cocaína e a morfina. A sociedade está podre, é uma sociedade imoral, hipócrita, caindo aos pedaços. E sendo que a juventude não aceita isso, não concorda com isso, então, entrega-se às drogas, aos rítmos alucinantes que despertam instintos selvagens, à mediocridade, ao abandono. Não tomam banho, não trocam de roupa, vivem sem horizontes. E tudo isto para quê? Para mostrar que não concordam com a sociedade hipócrita em que vivem.


Meu querido jovem, se nós, os mais velhos, criamos uma sociedade carente, perdoe-nos. Mas, por favor, olhe as montanhas, onde nós talvez não chegamos. Largue a mediocridade das planícies. Abandone a filosofia do rio. Quando o rio encontra uma pedra, não faz nenhum esforço, desvia-se. O rio só procura terreno mole, o que é mais fácil, o que não oferece resistência. É por isso que o rio serpenteia, o rio não tem coluna vertebral, parece uma cobra, um verme, uma minhoca. Seja palmeira. Mesmo que os ventos da vida tentem derrubar você, olhe para as montanhas, aceite o difícil, o impossível, o que custa, o que demanda sacrifício, esforço. Sonhe! Olhe para as montanhas, deixe a mediocridade de lado.


O mundo está dividido. A cada doze, dois olham para as montanhas, dez olham para o vale. Esses dez são as pessoas que se limitam a sobreviver; os outros dois, são os líderes que mostram o caminho para a multidão. Atreva-se a estar entre os dois, olhe para as montanhas. De cada doze, dez estão correndo para o vale, buscando o mais fácil, buscando o mais cômodo. E sabem por quê? Porque rolar para o vale é a coisa mais fácil, é só rolar, nem precisa esforço. A inércia leva você para baixo, a lei da gravidade o leva para o fundo. Você não precisa ser diferente. Olhe para a montanha! Atreva-se a subir e você descobrirá que os pés muitas vezes sangram; você vai suar, vai sentir-se cansado. Olhará para trás e, às vezes, terá a impressão de que não subiu nada. Olhará para cima e o cume da montanha ainda estará distante. Às vezes, há momentos de desânimo. Outras vezes você cai, se machuca e pode até rolar uns cinco metros, mas levanta-se e continua olhando para cima.


Subir a montanha não é fácil! Tem que pagar um preço. Quando chegar o momento de tomar decisões importantes na vida, por favor, não olhe para o vale, olhe para a montanha. Não escolha o mais fácil, escolha o que parece difícil. Desafie a si mesmo, porque, quando chegar lá em cima da montanha, descobrirá outras montanhas maiores. A vida é um permanente subir até que um dia Deus lhe diga: "Filho, chega! Até aqui."


Meu pai viveu quarenta anos nas montanhas do meu país, o Perú. Ele passava cinco dias por semana enterrado, embaixo da terra, trabalhando nas minas. Sábado e domingo saía. Seu "hobby" quando estava sozinho, era subir as montanhas. Ele não era um alpinista. Ele não tinha corda, nem equipamento necessário, mas gostava de subir montanhas.


Há uma montanha, lá onde meu pai morava, chamada Puipui, uma montanha de mais ou menos seis mil metros acima do nível do mar. Ele sonhava conquistar aquela montanha. Ele queria subir e colocar uma bandeira no topo quando chegasse lá. Meu pai, quando nós éramos pequenos, gostava de mostrar as montanhas e dizer: "Eu plantei uma bandeira naquela montanha. Plantei outra naquela lá." E ia apontando suas conquistas na cadeia de montanhas que existia na região das minas onde ele trabalhava. Mas ele nunca conseguiu subir a montanha de Puipui. Eu devia ter quatorze anos e meu irmão dezessete quando ele disse: "Desta vez eu vou subir o Puipui e vou com vocês." Saímos às quatro da manhã, andamos, andamos, andamos, andamos até que começamos subir a montanha. À medida que subíamos, meu irmão e eu víamos o cansaço do meu pai. Meu pai casou muito tarde, com cinqüenta anos. Quando eu tinha quatorze e meu irmão dezessete, ele já tinha bastante idade. Nós podíamos perceber o cansaço nos olhos, no corpo, no rosto do meu pai, mas continuávamos subindo, subindo. Nós resistíamos, mas sentíamos que ele estava perdendo o fôlego. De repente meu pai parou. Faltavam uns cinqüenta a sessenta metros para chegarmos ao topo da montanha, mas ele se deitou cansado perto de uma rocha e disse: "Filhos, eu não posso mais! Não posso mais!" Meu irmão mais velho, tentando encorajá-lo, disse: "Pai, descanse. Descanse o tempo que quiser, mas você vai chegar com a gente lá em cima." E ele respondeu: "Não filhos, eu não posso mais." Meu irmão insistiu: "Mas pai, você sempre sonhou chegar no topo de Puipui, e faltam só cinqüenta metros! A gente espera. Nós não vamos sem você." E ele disse uma coisa que nunca vou esquecer: "Continuem. Cheguem vocês. Eu vou ficar olhando. Cheguem lá e coloquem a bandeira. Porque se vocês o fizerem, será como se eu estivesse fazendo. Eu conquistei muitas montanhas, mas desta vez cheguei até aqui e não posso mais. Mas vocês são a prolongação da minha vida, vocês são a minha vida. Vocês chegarão lá, eu não posso mais."


Meu querido jovem, olhe para seus pais, eles subiram e conquistaram montanhas nas diferentes áreas de trabalho que eles têm. Talvez não cheguem ao topo da última montanha. É por isso que sempre há um brilho especial nos olhos deles quando olham para você, porque você é a prolongação da vida deles. É como se dissessem: "Filho, eu cheguei até aqui, não posso mais, mas você, plante a bandeira, conquiste a montanha. Não se conforme só com esta. Olhe outra, outra e outra. Eu fiz o que pude e cheguei até aqui, mas você pode chegar muito mais longe. Vá em frente, meu filho."


Você, porém, nunca chegará lá escolhendo o caminho mais fácil, ou pensando que porque o mundo está de cabeça para baixo, o melhor é se entregar ao abandono. Todo mundo está errado? Então mude o mundo! As coisas estão de cabeça para baixo? Coloque as coisas em ordem. Todo mundo é medíocre, hipócrita? Seja você autêntico. Olhe a montanha. Conquiste as alturas. Nós, os mais velhos, fizemos o que pudemos, chegamos até aqui.


Chego ao fim desta mensagem, falando de alguém que passou uma noite em oração e lágrimas porque na manhã seguinte, tinha que subir a montanha e tinha medo. Ah, querido, se você subir a montanha, não será fácil, e não será porque em algum momento da vida você não experimentou o medo. O Senhor Jesus passou uma noite inteira em oração e lágrimas, porque na manhã seguinte tinha que subir a montanha. Não era fácil. Na Sua humanidade, chegou um momento a cair de joelhos e dizer: "...Pai ...passa de mim este cálice; contudo, não seja o que eu quero, e, sim, o que tu queres." Marcos 14:36


Tenho medo de subir a montanha... E sabem por que? Subir a montanha para Ele, significava sangue; o deboche de todo mundo; uma coroa de espinhos, mãos e pés cravados numa cruz miserável. Não é fácil subir a montanha! Mas sabe, lá em cima da montanha iria pagar o preço de nossa salvação e nós somos tão importantes para Ele, nós valemos tanto para Ele que embora a montanha significasse suor, sangue, desprezo, deboche, Ele esteve disposto a subir a montanha e a subiu para morrer como um marginal.


Sabe? Você não tem o direito de pensar que não vale nada; que está muito longe de Deus e não pode voltar; que você desceu tanto que não pode sair; que você está tão amarrado a este mundo que Deus deixou de amar você. Jesus subiu a montanha e pagou o preço. Ele não teria feito isso se você não valesse; se não houvesse esperança para você; se não tivesse acreditado em você. "Foi por você também que Jesus mostrou amor. Padeceu sem merecer e sofreu até morrer, foi por você também que Jesus mostrou amor."


Deixe a planície, deixe o vale da mediocridade. Olhe para as montanhas. Suba e pague o preço, derrame sangue e derrame suor. E mesmo que o mundo faça pouco de você, pague o preço. Porque o preço maior já foi pago por Jesus na cruz do Calvário, por você.


ORAÇÃO

Suplicamos, querido Pai, uma bênção especial para cada jovem que decidiu subir a montanha. Que sejam capazes de olhar para cima. Se no meio da subida sentirem-se cansados, desanimados, tristes e feridos que olhem para o topo da montanha do Calvário e vejam o Senhor Jesus pregado. Que vejam o Senhor Jesus com os braços abertos chamando e mostrando que o preço da sua salvação já está pago. Que vejam que o êxito da subida já está garantido e que eles só têm que acreditar, só tem que subir em Teu nome e continuar crescendo, crescendo, porque nossa vida na eternidade continuará sendo uma vida de crescimento constante. Em nome de Jesus, Amém.

Amigos defendem seus amigos

AMIGOS DEFENDEM SEUS AMIGOS

Pr. Alejandro Bullón

"Quando o inimigo de Jesus tenta destruir uma vida, ele direciona todos seus esforços para a conquista da mente humana, porque ela significa a vontade. O território de nossa mente é o campo de batalha. Se ele conquista a nossa mente, conquista também nossa vida. Por isso, ele fará de tudo para capturá-la. Usará drogas, álcool, cigarro, promiscuidade, teorias, filosofias. O método não importa, também não importa o preço, o que importa é nos vencer, derrotar e arruinar.

Você pode perceber que a luta não é fácil e que há momentos na vida em que você se sentirá como uma plantinha em meio ao deserto tentando resistir a um furacão que o levará para a destruição. O que fazer? Deus tem alguma solução?

O apóstolo Paulo escreveu em Efésios, capítulo 6, versos 10 a 12 o seguinte: "No demais, irmãos meus, fortalecei-vos no Senhor e na força do seu poder. Revesti-vos de toda a armadura de Deus, para que possais estar firmes contra as astutas ciladas do diabo. Porque não temos que lutar contra a carne e o sangue, mas sim contra os principados, contra as potestades, contra os príncipes das trevas deste século, contra as hostes espirituais da maldade, nos lugares celestiais."

Segundo a promessa que o apóstolo Paulo traz neste texto, podemos ser revestidos do poder de Deus. Mas a luta na vida espiritual não cessará porque nosso inimigo é um inimigo astuto, persistente e traiçoeiro. Nunca mostra o rosto. Ele se disfarça, se esconde e usa como instrumento para chegar ao controle de nossa vida algo muito sutil chamado tentação.

O que é tentação? É todo esforço que o inimigo faz para levar-nos a pecar. Mas tentação não é pecado. Ninguém precisa se sentir um pecador pelo fato de experimentar a tentação. Se você está deitado na cama e de súbito aparece um pensamento pecaminoso em sua mente, você não precisa pensar que está perdido e se condenar pelo fato de um pensamento negativo aparecer por um ou dois segundos. Martinho Lutero tem uma ilustração muito simples a respeito: "Você não pode impedir que os passarinhos voem em cima de sua cabeça, mas você pode impedir que eles façam seu ninho nela."

Existem muitos tipos de tentação. Na realidade Satanás tem uma fábrica delas. Uma fábrica onde são elaboradas tentações personalizadas, uma especialmente preparada para cada indivíduo. Isso acontece porque o inimigo conhece muito bem o lado fraco de cada ser humano. Para um será o álcool, para outro a inveja, para outro as drogas, para outro a deturpação do sexo. Enfim, a nossa luta é contra um ser inteligente. Ele conhece as nossas origens, o ambiente que crescemos, a herança que recebemos de nossos pais. E através desse conhecimento fará de tudo para nos enganar. Ele se esconderá atrás de uma música sensual, atrás de uma mulher bonita, de um rapaz maravilhoso, de uma teoria fascinante. Ele se vestirá de luz, se for preciso. Para os propósitos dele, vale tudo. O fim justifica os meios.

Mas tudo que ele fizer para enganar você é apenas tentação, e tentação não é pecado. O inimigo nunca poderá vencer, a menos que conte com a colaboração do ser humano. Aí ele pode fazer o que quiser. Pode rodear a nossa vida de tentações. Dinheiro, glória, fama, prazer, luzes. O que quiser. Mas tudo não passa de tentação. Ele não pode obrigar-nos a pecar. Se cairmos é porque aceitamos cair. É porque cedemos voluntariamente aos feitiços da tentação. Por maior que seja a pressão exercida sobre a alma, a transgressão é o nosso próprio ato. Satanás ataca nossos pontos fracos, mas não precisamos ser vencidos. Por mais severo ou inesperado que seja o ataque, Deus proveu auxílio e em Sua força podemos vencer.

Podemos ilustrar a diferença entre tentação e pecado com o telefone: o telefone pode chamar (a tentação é o telefone chamando). O pecado acontece se você atender. Se você não atender, não existe pecado. Mas o telefone continua chamando. Incomoda? Claro que incomoda, mas não passa de simples tentação.

Consideremos agora alguns conselhos que podem ser úteis ao enfrentarmos a tentação: "quando a tentação vier, procure pensar em outra coisa". Já explicamos que a luta é para ocupar o território da mente, então coloque em sua mente promessas bíblicas. Há uma lei física que diz: "um espaço vazio só pode ser ocupado por um corpo ao mesmo tempo". O espaço é a nossa mente. Ela nunca pode estar em branco, a não ser quando estamos dormindo. Toda vez que a tentação vier, peça socorro divino, relembre um salmo, cante um hino, repita o verso da meditação daquele dia, coloque pensamentos e promessas bíblicas em sua mente. De acordo com a lei física, a tentação não terá vez.

O que não podemos é permitir que o pensamento negativo, chamado de tentação, permaneça em nossa mente mais de dois segundos. Não devemos acariciá-lo, não devemos deleitar-nos com ele, porque aí a tentação vira pecado. Primeiro em forma de desejo pecaminoso, que depois nos levará ao ato pecaminoso, e se repetido pode conduzir-nos ao vício.

Outro conselho que devemos lembrar é que: "o período crítico da tentação não dura mais de 3 minutos". Toda tentação tem um processo. Começa aos poucos e vai batendo cada vez mais forte à porta da cidadela de nossa mente. Há um momento que parece que não vai dar para resistir. Mas toda tentação chega ao ponto máximo de sua intensidade num período de 3 minutos. Lembra do exemplo do telefone? Ele toca, toca e se você não atender, ele pára de tocar.

O bom de tudo é que após passar a investida da tentação, você pode ficar muito mais forte. Cada vez que somos tentados, vencemos ou fracassamos, conquistamos ou somos conquistados. A resposta que dermos à tentação pode deixar-nos mais fortes ou mais fracos. Se nos entregarmos nos braços de Cristo e vencermos, estaremos melhor preparados para a próxima tentação. Se pelo contrário lutarmos sozinhos e fracassarmos, estaremos mais fracos e vulneráveis quando vier a próxima tentação.

E agora o conselho mais importante de todos: "não olhe para você, por favor olhe para Cristo". Isto é básico porque o resultado final dependerá de quem ocupa os nossos pensamentos. Olhar para nós mesmos só trará fracasso e frustração. Aí está a tragédia da humanidade. O mundo diz: "olhe para você, descubra seu potencial, concentre-se para conseguir a força mental, descubra a si mesmo, explore sua energia interna."

Mas dentro de nós, querido amigo, só existe angústia, vazio, desequilíbrio e muitas vezes desespero. Deus tem um caminho melhor. Ele pede que você olhe para Cristo, que é um caminho simples, porém seguro.

Conta-se a história de certo faquir da Índia, que um dia chegou a uma pequena vila declarando que podia fabricar ouro. As pessoas correram para ver o estranho visitante. O homem colocou num prato grande um pouco de água, algumas gotas de tinta e começou a mexer o prato em círculos, repetindo algumas palavras mágicas. Num momento em que a atenção do público estava distraída, o faquir deixou escorregar da manga um pedaço de ouro dentro do prato, e depois tirou a água da vasilha e mostrou a todos o pedaço de ouro. Todo mundo olhava incrédulo.

Um comerciante esperto da cidade quis comprar a fórmula por 500 dólares e o faquir vendeu. Só que disse o seguinte para o comprador:

- Você não pode pensar no macaco de rosto vermelho quando mexer o prato, porque se você pensar nele o ouro nunca aparecerá.

O comerciante prometeu que "lembraria sempre que devia esquecer o macaco" mas quanto mais se esforçava por esquecer, tanto mais forte ficava em sua mente a imagem do macaco de rosto vermelho. E ele jamais conseguiu o ambicionado ouro.

Não lhe parece familiar este fato? Quanto mais queremos esquecer nossos erros, quanto mais queremos jogar fora a tentação, mais firme ela fica. Amigo querido, olhe para Cristo. Que Ele ocupe o território completo de sua mente através de promessas bíblicas.

Tenho uma experiência que marcou minha vida de garoto. Devia ter seis ou sete anos de idade naquela época. Na escola todas as crianças tinham mais ou menos a minha idade. Só havia dois rapazes grandes, de dezesseis anos. Um deles era muito mau, batia nas crianças e tirava as coisas delas à força.

Minha mãe costumava me dar 20 centavos para o lanche. Com 20 centavos naquele tempo dava para comprar um sorvete de morango e ainda restava troco para comprar amendoim. Tenho a impressão de que cada dia eu me levantava com uma ansiedade tremenda de ir à escola por causa do sorvete e do amendoim e não por causa da aprendizagem. Um sorvete era a maior alegria que um garoto de seis anos podia ter.

Um dia, no caminho da escola, aquele rapaz mau saiu ao meu encontro e me pediu a moeda. Resisti, mas ele me dobrou o braço e à força tirou a minha moedinha.

Depois ele disse:

- Você está vendo aquele homem sem braço?

Lá no bairro havia um rapaz que não tinha um braço.

- Sabe por que não tem braço? Eu cortei o braço dele. E se você contar para sua mãe ou para a professora que tirei sua moeda, corto também seu braço.

Foi aí que a minha tragédia começou. Dia após dia eu entregava a moedinha para ele. Isso causava uma revolta dentro de mim. O pior de tudo era que não podia avisar ninguém, porque não queria perder o braço. Tornei-me uma criança triste, chorava à noite sozinho. Não tinha mais motivação para ir à escola. Às vezes, na hora do recreio, aquele rapaz mau comprava um sorvete e com meu dinheiro tomava esse sorvete perto de mim, zombando de mim e me fazendo sofrer. O que podia fazer uma criança de seis anos contra um rapaz de dezesseis?

Certo dia, na hora do recreio, eu estava contemplando as crianças brincando, quando aquele rapaz mau bateu numa delas. Naquele momento apareceu o outro rapaz grande da escola e deu-lhe um tapa. E para minha surpresa o rapaz mau não teve coragem de enfrentá-lo. Naquele momento uma idéia brilhou na minha mente. Procurei o outro rapaz e disse:

- Você gostaria de ganhar 10 centavos todo dia?

E contei a história para ele. O rapaz prometeu me proteger. Combinamos que no dia seguinte ele me esperaria no lugar onde o rapaz mau me aguardava diariamente.

Aquela noite quase não dormi. "Amanhã", pensava, "será meu grande dia. Nunca mais ninguém vai me tirar a moeda".

No dia seguinte levantei-me cedo. Recebi a moeda de minha mãe e me dirigi para escola. Lá, no lugar de sempre, o rapaz perverso estava me aguardando. Dessa vez não olhei para ele. Segui meu caminho, mas ele me alcançou e me pediu a moedinha.

- Nunca mais, ouviu? Nunca mais vou lhe entregar a moeda - disse olhando para os olhos dele desafiadoramente.

Meu inimigo quase não podia acreditar no que estava ouvindo. Começou a me dobrar o braço. Mas, naquele instante, do outro lado da rua saiu meu amigo e nós dois demos uma surra nesse grandão.

Você achou engraçado? Eu também acho isso engraçado, mas tremo pensando nas horas de angústia e de impotência que uma criança de seis anos viveu.

Nós somos a criança e o diabo é aquele rapaz de dezesseis anos. Às vezes ele vem e nos tira, não a ilusão de um sorvete, mas a alegria da vida. Derruba nossos castelos, nossos sonhos, estraçalha nossos planos. Rouba-nos os valores morais, o respeito próprio, arranca de nós a paz, o equilíbrio interno e ri, ri porque se considera vitorioso. Sua gargalhada é como uma bofetada no rosto de Cristo.

Às vezes brinca conosco, como o gato com o rato. Deixa-nos sair um pouco, quando pensamos que estamos livres, ele nos traz de novo com força para nos ferir, machucar e humilhar.

Por quê? Por que tem que ser assim? Do outro lado da rua, lá na montanha solitária foi pendurado um Deus-homem não só para nos dar perdão, mas também para nos dar poder. Quando Ele morreu, o inimigo pensou que tinha vencido, mas ao terceiro dia, Jesus ressuscitou das entranhas da terra completamente vitorioso. E hoje vive. Vive para dar poder.

Por favor querido amigo, olhe para a tumba vazia. Olhe para o Céu e veja o gigante da História disposto a vencer em seu favor. Cristo venceu! Venceu Seu inimigo no deserto. Venceu-o na cruz. Venceu-o na morte. Só resta vencer em nosso coração. E aí a decisão é nossa. Ele não pode vencer em nosso coração se não permitirmos.

Nosso inimigo é um inimigo vencido. E está lutando desesperadamente tentando vencer. A Bíblia diz: "Sede sóbrios; vigiai; porque o diabo, vosso adversário, anda em derredor, bramando como leão, buscando a quem possa tragar. (I Pedro 5:8).

Como leão buscando a quem devorar sabendo que tem pouco tempo porque ele reconhece que está vencido.

Conta uma lenda antiga que um guerreiro estava lutando na batalha com a cabeça decepada, mas estava tão envolvido na luta que mesmo sem cabeça estava matando muita gente, até que alguém olhou para ele e disse:

- Você está sem cabeça. Você está morto. Aí o guerreiro caiu e parou de lutar.

Estamos lutando contra um inimigo sem cabeça. Cristo já o venceu. Justamente por isso ninguém tem o direito de estar derrotado para sempre. Ninguém tem o direito de pensar que já é tarde demais para começar de novo.

Clame a Deus agora mesmo e reclame dEle a promessa de perdão e de poder. Ele sabe que as inclinações de seu coração são fortes e o ajudará na hora da tentação.

ORAÇÃO

Pai querido, não permita que eu fique com a sensação de fracasso na vida. Cristo derrotou o inimigo para que eu pudesse conhecer o maravilhoso sabor da vitória. Não importa a tentação; não importa o tempo que permaneci escravo do pecado. Posso ser vitorioso. Agradeço por isso em nome de Jesus. Amém.

A verdadeira Salvação

A VERDADEIRA SALVAÇÃO



SALVAÇÃO É UM DOM GRATUITO !
Deus o ama e deseja que você saiba que a salvação não é pelas obras, é um dom. O caminho da salvação provido por Deus é receber a Cristo pessoalmente, confiando nele somente para nos salvar.
Romanos 6:23: "Porque o salário do pecado é a morte, mas o dom gratuito de Deus é a vida eterna em Cristo Jesus nosso Senhor." Não podemos fazer-nos "dignos" da graça de Deus. Salvação é um dom gratuito ao indigno, ao que não merece, e todos nós estamos nesta categoria. "Cristo morreu pelos ímpios" Romanos 5:6. Efésios 2:8, 9: "Porque pela graça sois salvos, mediante a fé; e isto não vem de vós, é dom de Deus; não de obras, para que ninguém se glorie."

NECESSITAMOS DE UMA NOVA NATUREZA !

Deus o ama e deseja que você saiba que há somente um caminho para a salvação, e esse é mediante o nascer de novo. João 3:7: "Importa-vos nascer de novo." João 1:12 diz-nos como. "Mas, a todos quantos o receberam, deu-lhes o poder de serem feitos filhos de Deus; a saber: aos que crêem no seu nome." Aceitar a Jesus é a única maneira de nascer de novo. Não somos filhos de Deus por natureza. Devemos receber a Cristo a fim de nos tornarmos filhos de Deus.

Somente Jesus pode limpar os nossos pecados e mudar nossa natureza; 1 Pedro 2:24: "Carregando ele mesmo em seu corpo, sobre o madeiro, os nossos pecados." Jesus tomou nosso lugar e derramou seu sangue a fim de nos lavar os pecados. Quantia alguma de "boas obras" pode lavar um único pecado ou trocar nossa natureza.

Salvação ocorre quando clamamos a Jesus, crendo, para nos salvar. Então ele entra em nossa vida e nos tornamos filhos de Deus com uma nova natureza. Embora a salvação não seja pelas obras, a salvação verdadeira sempre produz mudança de vida. Cristo entra mediante convite pessoal, como Senhor e Salvador para mudar nossa vida e viver sua vida por intermédio de nós.

A SALVAÇÃO É INSTANTÂNEA !

Deus o ama e deseja que você saiba que a salvação é instantânea. No momento em que nos arrependemos, que deixamos nossos pecados e nos voltamos para Jesus, ele nos salva. Como diz o hino: "Tal qual estou, eis-me aqui Senhor, pois o teu sangue remidor..." Cristo disse ao ladrão não batizado e não salvo, na cruz, (uma resposta instantânea de salvação ao clamor confiante do ladrão): "Hoje estarás comigo no paraíso" -- Lucas 23:43. (Paraíso é o mesmo lugar que Paulo viu como o céu de Deus, 2 Coríntios 12:2-4.) Jesus garantiu a salvação de uma prostituta: "A tua fé te salvou; vai-te em paz" -- Veja Lucas 7:50. Salvação instantânea!

A salvação inclui o aceitar a Jesus Cristo tanto como Senhor (Deus, Senhor, novo gerente de nossa vida) e Salvador. Envolve a crença de coração (o centro de nosso ser que rege, governa e escolhe). Romanos 10:9: "Se com a tua boca confessares a Jesus como Senhor, e em teu coração creres que Deus o ressuscitou dentre os mortos serás salvo."

A SALVAÇÃO É SIMPLES !

Deus o ama e deseja que você saiba que a salvação é simples. Romanos 10:13: "Porque: Todo aquele que invocar o nome do Senhor, será salvo." "O sangue de Jesus, seu Filho, [de Deus] nos purifica de todo pecado" -- 1 João 1:7. Devemos, pessoalmente e com fé, clamar a Jesus para nos salvar. É assim que o recebemos. Se clamarmos assim, ele deve salvar-nos, ou Deus estaria mentindo, e Deus não pode mentir. Se Jesus nos amou a ponto de morrer para nos salvar, então desapontar-nos-ia quando invocássemos o seu nome? É claro que não! Deus o ama e deseja que você seja salvo. Você gostaria de receber Jesus como seu Senhor e Salvador neste instante? Eis uma oração que você pode fazer agora mesmo com todo o coração: "Senhor Jesus, entra em meu coração e em minha vida. Lava-me de todo pecado com teu sangue vertido. Faze-me um filho de Deus. Dá-me teu dom gratuito de vida eterna, e faze-me saber que estou salvo, agora e para sempre. Agora recebo-te como meu único Senhor e Salvador pessoal. Em nome de Jesus. Amém." Jesus o salvou ou ele mentiu? Ele tinha de fazer uma das duas coisas. Segundo Romanos 10:13, se você invocou, crendo Nele, Ele o salvou e você está limpo de seu pecado.

A SALVAÇÃO É CERTA !

A pessoa pode saber que é salva não simplesmente pelo sentimento, mas porque a Palavra de Deus o afirma! Decore João 3:36: "Quem crê no Filho tem a vida eterna." O que é que você tem neste instante, segundo a Palavra de Deus? Para onde você iria se morresse neste instante, segundo a Palavra de Deus? "(Porque andamos por fé, e não por vista). Mas temos confiança e desejamos antes deixar este corpo, para habitar com o Senhor". (2 Coríntios 5:7,8) Se agora você sabe que Jesus o salvou, segundo sua palavra, por favor, tire alguns instantes agora e agradeça-lhe em voz alta o tê-lo salvo enquanto oramos. 1 João 5:13: "Estas cousas vos escrevi a fim de saberdes que tendes a vida eterna, a vós outros que credes em o nome do Filho de Deus."

SALVAÇÃO É CRER !

Escolha crer em Cristo, com sentimentos ou sem eles, e Ele lhe provará Sua realidade à medida que você der o passo da fé, crendo que Ele cumpriu Sua palavra e o salvou. Três homens entram no mesmo elevador e querem ir para o sétimo andar. Um sorri, outro chora, outro tem o rosto impassível, sem emoções. Todos os três chegam ao sétimo andar, a despeito de seus sentimentos, porque acreditaram no elevador e se entregaram a ele. Assim também acontece com a confiança em Cristo -- com sentimentos ou sem eles. Ele o salvará instantaneamente e o levará aos céus.

A realidade de sua salvação mostrar-se-á em sua reação de amor em obediência ao seguir a Jesus Cristo. João 14:23: "Se alguém me ama, guardará a minha palavra." Se você realmente foi salvo, você obedecerá! Entre outras coisas, isto significa que você sairá da frieza espiritual e seguirá ao Cristo bíblico! A salvação verdadeira produz boas obras e obediência a Cristo Trabalhar pela salvação mostra incredulidade na suficiência de Jesus Cristo para nos salvar. Entretanto, a salvação verdadeira e a verdadeira fé, sempre produzem boas obras! Tiago 2:20: "Queres, pois, ficar certo, ó homem insensato, de que a fé sem as obras é inoperante?"

Macieiras produzem maçãs. Os cristãos verdadeiros produzem boas obras. As maçãs são produtos da árvore e provam que é uma macieira. Mas já era macieira antes de produzir maçãs. Da mesma forma, as boas obras nunca produzem um cristão; meramente provam que essa pessoa é cristã. De acordo com 2 Coríntios 5:17: "E assim, se alguém está em Cristo, é nova criatura: as cousas antigas já passaram; eis que se fizeram novas."

Devemos ter a salvação a fim de demonstrá-la, assim como devemos ter o carro antes de podermos demonstrá-lo!

(Extraído: Pr. Floyd).